quinta-feira, 28 de junho de 2012

Divertindo-se em filas

Há um tempo comentei sobre uma condição particular na qual aguardar muitos minutos na fila não é de todo ruim. Por outro lado, já mencionei também que nem sempre isto é agradável.

Mas em geral, um jeito de se ter bons momentos numa fila é escutar a conversa das pessoas: sai cada pérola!... Para ouvi-las, tem-se que tomar o cuidado de fazer isso de maneira completamente discreta. A dica é fingir estar lendo alguma coisa, como o verso de um produto. O ideal, é franzir a testa dando a impressão de dificuldade ao ler as letras miúdas do rótulo que supostamente lhe interessa muito. Com a prática, você parecerá tão compenetrado que será tomado como surdo para todos os efeitos.

Algumas das minhas experiências recentes:

No supermercado:

Leitor de barras não funciona. O caixa:

-- Quanto custa esta água? (Era um garrafão destes de 10L; com o preço, a intenção era saber o código num catálogo para entrá-lo manualmente na caixa registradora.)

-- Rapaz, não sei... não lembro! Responde o cliente.

-- Puxa... -- suspira o caixa, enquanto aperta o botão para acender uma luz em cima do caixa, chamando o gerente. -- Este é meu sonho, sabia? Entrar no supermercado e pegar qualquer mercadoria sem olhar o preço! Eu ainda chego lá!

No estacionamento rotativo:

-- O senhor não tem menor? (Pegunta o caixa, ao receber uma nota de R$ 100,00 para pagar o estacionamento de R$ 5,00.)

-- Graças a Deus, não.

Na farmácia:

-- Remédio para piolho?

-- Sim.

-- É criança?

-- Não, adulto...

-- Sabe se ele já usou este produto? É muito bom.

-- Não, mas pode ser este então.

-- Você não poderia confirmar com a pessoa? É um produto muito bom, mas tem forte reação em algumas pessoas e...

-- Tudo bem, senhor! O remédio será para mim! Está satisfeito em me fazer dizer?

PORTANTO: entre escolher duas filas de mesmo tamanho, mas que uma é em linha reta e a outra faz aquele S característico, e todas as outras condições sendo as mesmas, prefira a segunda. As pessoas perto de você na fila estarão sempre em constante mudança e a probabilidade de estórias interessantes aumenta.

Tocando neste assunto...

Se ainda não acredita que as pessoas se divertem numa fila, basta fazer o seguinte auto-teste: entre esperar numa fila com 10 pessoas a sua frente e esperar o atendimento num SAC com 10 pessoas a sua frente, o que você escolheria?

Fica aqui minha sugestão: ao invés das tradicionais musiquinhas nas centrais de atendimento, deixem as pessoas na fila se escutando mutualmente, como se tele-conferência fosse. Seria divertidíssimo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Steve Jobs, iPad e a Matemática

A gente nunca pode achar que já viu de tudo nesta vida.

Estava olhando a ScienceDirect (um dos maiores bancos de dados que reúne as publicações científicas das revistas mais relevantes de praticamente todas as áreas) e constatei algo surpreendente. Descobri que os dois temas mais quentes de computação, que constituem os temas dos 8 artigos mais lidos de computação pela ScienceDirect, são os seguintes:
  •  3 deles são sobre computação em nuvem. OK. Esperado. Mesmo que não é da área de computação, já deve ter ouvido falar do assunto;
  • 5 deles (incluindo o mais lido) são sobre aspectos diversos sobre o uso do Facebook (!!!).
Eu até aceito o Facebook estar bem cotado entre as maiores preocupações dos cientistas. Mas daí a ganhar de computação nas nuvens, tem uma distância, digamos, colossal.

Tocando neste assunto...

Eu cheguei a esta constatação por que recebi um e-mail da ScienceDirect convidando a conhecer os artigos mais lidos da área de computação. (Tudo bem! Tudo bem! Confesso que enquanto clicava no link tive o delírio por frações de segundos de me perguntar se um dos meus estava lá.)

Falta realmente um bocado para alguém que trabalha na área teórica conseguir ficar entre os mais lidos. (E para ser eu, bem, daí a qualificação de delírio que usei acima.) Mas aposto que se o Steve Jobs trabalhasse em matemática, o mundo todo hoje estaria arrastando equações na tela com a ponta do indicador, feliz da vida. Afinal, se ele fez todo mundo acreditar que o iPad é algo extraordinariamente útil, não tenho dúvidas que ele faria isso pela teoria da computação. (Mas os joguinhos são bem legais, tenho que admitir!)


O mundo era perfeito

Quando eu era criança, eu achava que o mundo era perfeito. Não que eu tivesse nascido em berço de ouro, muito pelo contrário. E nem que eu t...