Todo mundo tem algum segredinho que só os mais íntimos sabem. Ainda assim, sabem pelo simples fato de estarem sempre por perto em todas as situações; caso contrário, nem mesmo eles saberiam. Incluídos nestes "segredinhos" estão os deslizes que cometemos vez ou outra, que nem confissão premiada dá jeito de fazer alguém admitir. Como exemplos nesta categoria, podemos citar: jogar papel na rua, soltar pum no elevador (ou soltar debaixo das cobertas -- essa é braba), jogar pilhas no lixo comum (é altamente tóxico, não sabia?!), preferir sacolas de plástico para as compras de mercado às sacolas retornáveis, detestar perder tempo analisando em qual lata de coleta seletiva depositar o lixo, estacionar na calçada, descartar as seções de Economia e Política do jornal e ler somente os quadrinhos, e por aí vai. A lista é infindável.
Descobri que tenho uma agente X9 em casa. A minha filha de três anos adora entregar meus desvios de conduta, por assim dizer. Quando era para a minha esposa, ainda estava bem (ela é Ph.D. neles mesmo). Mas agora, ela me delata em público!
Hoje estávamos numa loja e ela me diz aos berros (falar baixo é um atributo que ainda estou trabalhando com ela mas, sinceramente, não sei se estou conseguindo progresso):
-- Papai, você sempre usa esta bermuda xadrez.... não tem outra não?!
Claro que arrancou risos de quem estava a volta. Dei um tapinha na cabeça dela, uma risada sem-graça para os estranhos e disse: "Estas crianças!... Não sabem o que inventar....". Não cola, mas o que eu dizer mais? "É, realmente, usei esta bermuda a semana inteira... como ela não sujou ainda -- ao menos não ao ponto de tornar uma lavada uma condição sine qua non para seu uso -- achei que daria para aproveitá-la um pouco mais. Ainda mais pelo fato de eu achar que ela me cai bem..."
A propósito, noção de tempo é uma coisa que a minha filha ainda tem dificuldades. Ela confunde "ontem", "outro dia", "amanhã".... Logo, mesmo que eu tivesse dito a verdade acima, não haveria perigo de ela retrucar: "Uma semana só, papai?". Mas é bom não arriscar.
Tocando neste assunto...
Outro dia, estava com a minha filha na fila de supermercado às 11hs de sábado, junto com todos os milhares de moradores em minha vizinhança que só perceberam que não tinham nada em casa para o almoço no próprio sábado. Com a demora na fila, a pimpolha começou a ficar impaciente. A sorte foi que percebemos que, na fila do lado, estava um garotinho da escola dela. Pronto! Agora um poderia entreter o outro até que nossa vez de passar a compra chegasse. O que eu não contava era que, em determinado momento, o moleque botou o indicador no nariz e começou a limpar o salão. A minha filha mais do que depressa o repreendeu:
-- Fulano, pare já com essa coisa feia!
Pensou um pouco, e continuou:
-- Sabia que meu pai também faz isso?!
Essa, eu juro que ela exagerou.
O mundo era perfeito
Quando eu era criança, eu achava que o mundo era perfeito. Não que eu tivesse nascido em berço de ouro, muito pelo contrário. E nem que eu t...
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Estes dias eu vi o Tropa de Elite 2. Eu sei, todo mundo já deve ter visto. Com criança pequena, as idas ao cinema são muito menos freqüentes...
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Dias atrás fiquei chocado com a notícia de que um amigo que há muito não via faleceu por motivo de doença. Novo, antes dos quarenta. Deixou ...