Às vezes não consigo entender o que se passa no mundo.
Muitos dos meus amigos estão sempre correndo atrás do melhor investimento. Ora são as ações da Petrobrás, ora são aquelas da Vale, ora não é ação alguma: é aplicação em DI, fundos, títulos públicos, opções, etc. Estes dias eu resolvi prestar mais atenção nas dicas deles e percebi que a diferença entre o pior investimento e o melhor não era colossal. Quando muito, chegava a 5% ao ano.
-- É, é uma boa diferença... a propósito, quanto exatamente vocês investem?
O melhor caso que encontrei foi de R$ 5 mil. Ou seja, passam o dia todo preocupados, ligados nos gráficos dos investimentos, tudo isso para ganhar no máximo R$ 250 por ano a mais em relação a um investimento de pouco risco. A preocupação vale um cinema por mês -- sem garantias de que o filme agradará no final.
Tocando neste assunto...
Com estas chuvas todas que estão ocorrendo, estava entrando no metrô enquanto tinha um cara saindo. Nos encontramos logo na saída do tunel subterrâneo do metrô. Como estava chovendo, ele se aproximou de um destes vendedores de guarda-chuva que surgem por geração espontânea sempre que começa a chover. Quando eu estava já entrando no túnel, ouço o vendedor gritando:
-- Pô cara, o guarda-chuva custa só cinco reais e você ainda quer pechinchar??
Aí eu vi o cara pagando os cinco reais e levando rápido o seu guarda-chuva, meio envergonhado. Em escalas diferentes, me pareceram situações muito similares.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
domingo, 16 de janeiro de 2011
Melhor postagem de todos os tempos!
Hoje eu ia escrever uma postagem sobre algo legal. Juro. Coloquei o computador na varanda para sentir um pouco do ar livre e facilitar a inspiração vir. A minha varanda não é de frente para o mar, como seria o ideal. Mas como o escritor também não é profissional, ela está de bom tamanho.
O problema foi que a minha mulher decidiu chegar mais perto, para ver o que eu estava fazendo. Ela não pode me ver no computador navegando, que acha que estou à toa. (Neste caso, até que ela tinha razão, dado que blog não é nenhuma obrigação minha... mas eu levo a sério, portanto, me dou o direito de me achar certo.) Em seguida, ela sempre arruma alguma coisa para eu fazer.
Depois de virar o galão novo de água, guardar as malas no armário, guardar o edredom na parte de cima do guarda-roupas (isto realmente eu estava enrolando; o calor já chegou há um tempão e eu ainda não tinha guardado o edredom) e abrir o vidro de azeitonas (esta foi a única tarefa que não reclamo; fiz com dedicação especial, dado que o último vidro eu não consegui abrir -- precisava recuperar a honra), ela se lembrou de algo:
-- Ah, sabe aquele blog que te falei que encontrei, que é muito parecido com o seu? Deixa eu te mostrar...
-- Peraí, deixa eu só...
-- Não é rápido, quero te mostrar uma postagem superengraçada que vi hoje...
Foi navegação para cá, navegação para lá, cliques de links, buscas no Google, e nada de ela achar. "Está por aqui, eu não vou demorar a achar, vou liberar o computador logo! Só mais um minuto..." ela repetia.
Como não tinha negociação, fui na cozinha pegar um sorvete, para esperar. Quando voltei, ela estava irritada porque ainda não tinha achado. Como conseqüência (ambora ela se recusou a admitir), começou a interpretar o meu sorvete como descaso do esforço que ela estava tendo em achar algo que, no fim, me interessava. Depois de algum tempo tentando convencê-la de que era só para aproveitar melhor o tempo de espera, ela desistiu da busca, ainda mais porque eu estava balançando a perna (esta última, juro que não entendi). Ainda bem que ela não saiu dali e foi também buscar sorvete, ou ela descobriria que eu havia tomado tudo. Aí sim a coisa ia ficar realmente feia.
Sentei, enfim, ao computador novamente. Depois de algum tempo, volta ela..
-- Ahhh, deixa eu te contar como era a postagem então.
Ai ela contou. Parecia ser realmente um bom texto. No meio do texto, o autor brincava com o fato de ele ter poucos pares de meias.
-- Por que você não escreve algo sobre o porquê de você ter tantos?
Quem sabe? Era uma ideia! Ela continuou:
-- Eu até estava falando com Fulana hoje no trabalho que você usava uma palavra engraçada para justificar o porquê de tanta meia.... você gosta de ter "algo".... qual a expressão que você usa mesmo?
-- Hmmm... meias sempre disponíveis?
-- Nâo! É algo diferente....
Não era coleção, nem estoque, nem suficiência, nem arsenal... não descobria a palavra que ela queria que eu lembrasse! Tinha que ser aquela!.... Isto já foi considerado também como um sinal de que eu não estava dando bola para o assunto. Procurei o dicionário de sinônimos que eu tinha, para ver se eu salvava a pátria! Mas não ajudou. Ela foi dormir, desconsolada.
Mais uma vez, voltei ao computador. Desta vez, achei que era melhor deixar para outro dia escrever "a" postagem. Escrevi esta no lugar, justificando.
É isso aí. Fico devendo.
Tocando neste assunto...
... Autonomia! Autonomia era a palavra! Ela ficou super feliz de ter lembrado. Supostamente isto é indício de que eu estava dando atenção. Vá entender as mulheres...
O blog de que ela falava é realmente muito bom, muito engraçado! Dado que fiquei devendo, segue pelo menos a indicação: Crônicas e outras milongas, de Antônio Prata.
O problema foi que a minha mulher decidiu chegar mais perto, para ver o que eu estava fazendo. Ela não pode me ver no computador navegando, que acha que estou à toa. (Neste caso, até que ela tinha razão, dado que blog não é nenhuma obrigação minha... mas eu levo a sério, portanto, me dou o direito de me achar certo.) Em seguida, ela sempre arruma alguma coisa para eu fazer.
Depois de virar o galão novo de água, guardar as malas no armário, guardar o edredom na parte de cima do guarda-roupas (isto realmente eu estava enrolando; o calor já chegou há um tempão e eu ainda não tinha guardado o edredom) e abrir o vidro de azeitonas (esta foi a única tarefa que não reclamo; fiz com dedicação especial, dado que o último vidro eu não consegui abrir -- precisava recuperar a honra), ela se lembrou de algo:
-- Ah, sabe aquele blog que te falei que encontrei, que é muito parecido com o seu? Deixa eu te mostrar...
-- Peraí, deixa eu só...
-- Não é rápido, quero te mostrar uma postagem superengraçada que vi hoje...
Foi navegação para cá, navegação para lá, cliques de links, buscas no Google, e nada de ela achar. "Está por aqui, eu não vou demorar a achar, vou liberar o computador logo! Só mais um minuto..." ela repetia.
Como não tinha negociação, fui na cozinha pegar um sorvete, para esperar. Quando voltei, ela estava irritada porque ainda não tinha achado. Como conseqüência (ambora ela se recusou a admitir), começou a interpretar o meu sorvete como descaso do esforço que ela estava tendo em achar algo que, no fim, me interessava. Depois de algum tempo tentando convencê-la de que era só para aproveitar melhor o tempo de espera, ela desistiu da busca, ainda mais porque eu estava balançando a perna (esta última, juro que não entendi). Ainda bem que ela não saiu dali e foi também buscar sorvete, ou ela descobriria que eu havia tomado tudo. Aí sim a coisa ia ficar realmente feia.
Sentei, enfim, ao computador novamente. Depois de algum tempo, volta ela..
-- Ahhh, deixa eu te contar como era a postagem então.
Ai ela contou. Parecia ser realmente um bom texto. No meio do texto, o autor brincava com o fato de ele ter poucos pares de meias.
-- Por que você não escreve algo sobre o porquê de você ter tantos?
Quem sabe? Era uma ideia! Ela continuou:
-- Eu até estava falando com Fulana hoje no trabalho que você usava uma palavra engraçada para justificar o porquê de tanta meia.... você gosta de ter "algo".... qual a expressão que você usa mesmo?
-- Hmmm... meias sempre disponíveis?
-- Nâo! É algo diferente....
Não era coleção, nem estoque, nem suficiência, nem arsenal... não descobria a palavra que ela queria que eu lembrasse! Tinha que ser aquela!.... Isto já foi considerado também como um sinal de que eu não estava dando bola para o assunto. Procurei o dicionário de sinônimos que eu tinha, para ver se eu salvava a pátria! Mas não ajudou. Ela foi dormir, desconsolada.
Mais uma vez, voltei ao computador. Desta vez, achei que era melhor deixar para outro dia escrever "a" postagem. Escrevi esta no lugar, justificando.
É isso aí. Fico devendo.
Tocando neste assunto...
... Autonomia! Autonomia era a palavra! Ela ficou super feliz de ter lembrado. Supostamente isto é indício de que eu estava dando atenção. Vá entender as mulheres...
O blog de que ela falava é realmente muito bom, muito engraçado! Dado que fiquei devendo, segue pelo menos a indicação: Crônicas e outras milongas, de Antônio Prata.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Mensagens estranhas...
Se vocês prestarem atenção ao redor, verão que as mensagens que nos cercam são muito estranhas. Existem inúmeros exemplos. É aquela velha estória: "são tantos exemplos que eu nem me lembro de um para falar...". Mas hoje eu vi, logo no início da manhã, dois. Então decidi escrever logo, antes que eles caiam no nimbo.
Olhando o site de um hotel... "Atendimento ao vivo off-line". Afinal de contas, o atendimento é ao vivo ou off-line? Não seriam as duas coisas contraditórias?
Exatamente enquanto olhava este site, meu ponteiro do mouse travou. Por milagre, não era o Windows que congelou, era o mouse mesmo que pifou. Peguei outro na gaveta, tirei o anterior e conectei o novo (ou melhor, o meia-vida). Após alguns instantes, veio uma tela do Windows:
"Aguarde enquanto o Windows prepara seu dispositivo... Clique em 'Detalhes' para acompanhar os detalhes desta instalação..."
Pergunta para o Bill: clicar com o quê?
O Windows, aliás, é uma grande fonte de mensagens estranhas. É como reza a lenda do garoto que um dia disse que não sabia o que faria com aquele militar que trabalha na Microsoft e que vive enfiando problemas no Windows. 'Que militar, garoto?'. 'Ora, o general Failure..."
Tocando neste assunto...
Recebi estes dias a confirmação de um resumo aceito para uma conferência que é organizada pela O'Reilly. Eu sabia que a O'Reilly era uma importante editora de livros sobre computação (que é tema do artigo), mas honestamente eu li poucos livros desta editora. Decidi, então, dar uma olhada nos títulos.
Para minha surpresa, olhem um dos primeiros que tropecei:
A introdução do livro deve ser algo mais ou menos assim: "Você já usou computador? Você é um programador de sistemas? Então não preciso dizer mais nada." Merece se tornar best-seller.
Olhando o site de um hotel... "Atendimento ao vivo off-line". Afinal de contas, o atendimento é ao vivo ou off-line? Não seriam as duas coisas contraditórias?
Exatamente enquanto olhava este site, meu ponteiro do mouse travou. Por milagre, não era o Windows que congelou, era o mouse mesmo que pifou. Peguei outro na gaveta, tirei o anterior e conectei o novo (ou melhor, o meia-vida). Após alguns instantes, veio uma tela do Windows:
"Aguarde enquanto o Windows prepara seu dispositivo... Clique em 'Detalhes' para acompanhar os detalhes desta instalação..."
Pergunta para o Bill: clicar com o quê?
O Windows, aliás, é uma grande fonte de mensagens estranhas. É como reza a lenda do garoto que um dia disse que não sabia o que faria com aquele militar que trabalha na Microsoft e que vive enfiando problemas no Windows. 'Que militar, garoto?'. 'Ora, o general Failure..."
Tocando neste assunto...
Recebi estes dias a confirmação de um resumo aceito para uma conferência que é organizada pela O'Reilly. Eu sabia que a O'Reilly era uma importante editora de livros sobre computação (que é tema do artigo), mas honestamente eu li poucos livros desta editora. Decidi, então, dar uma olhada nos títulos.
Para minha surpresa, olhem um dos primeiros que tropecei:
A introdução do livro deve ser algo mais ou menos assim: "Você já usou computador? Você é um programador de sistemas? Então não preciso dizer mais nada." Merece se tornar best-seller.
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Ano novo, corte de cabelo... velho, por favor!
Pode ser barbeiro, cabeleireiro ou cabeleireira. Pode ser no salãozinho do bairro ou no mais chique salão de beleza. Eu não sei o que a teoria de cortes de cabelo e penteados determina que, unanimanente, todos aqueles que cortam meu cabelo acham que tem que passar gel ao final. E ainda fazem um penteado meio "moderno", meio espetado. E não adianta ficar de olho: quando vejo, já estou de gel. Eles são tão rápidos que não dá tempo de impedir. Tenho a impressão que eles me oferecem uma revista justamente para me distrair.
No princípio, eu achava que era para tentar disfarçar um defeito que eles causaram. Depois, comecei a me perguntar se não estavam simplesmente tentando ousar, para ver se o cliente curtia o visual novo e inesperado. Se acertassem no gosto, fidelizavam o freguês. O problema é que eu sempre detestei. Era como se tivessem colocado na minha cabeça um cabelo que não era meu. Como um careca, que sai com uma peruca de outra pessoa, por engano (se é que esta situação é possível na vida real -- nunca a vi nem em filmes, mas vale a analogia de qualquer forma). Quando saía do salão, torcia para não encontrar ninguém conhecido até que eu chegasse em casa e lavasse a cabeça.
Havia já um tempo que eu não precisava avisar de antemão "Ah, e por favor, não precisa passar gel no fim do corte, ok?". Pensei que eu havia entrado finalmente numa faixa etária na qual aquele gel no cabelo era inapropriado (na opinião deles inclusive). Mas estes dias fui cortar, não avisei, e tive que deixar para lá a outra coisa que eu tinha que fazer no shopping. Fui direto pegar o carro no estacionamento. E pelas escadas de incêndio.
Tocando neste assunto...
Sempre que corto o cabelo, acho que ele ficou pior do que estava. Em geral, acho que ocorre o contrário com as pessoas! Não sei exatamente porque isto acontece comigo. Creio se deva ao fato de eu adiar tanto o momento, que quando corto, parece que fiquei muito diferente. Depois de alguns dias, me acostumo. O pior é que quando eu reclamo, a resposta em geral é:
-- Não acho... me parece normal... você sempre foi assim mesmo...
E dizem isto logo depois de eu mencionar que achei que ficou uma droga. Muita delicadeza.
No princípio, eu achava que era para tentar disfarçar um defeito que eles causaram. Depois, comecei a me perguntar se não estavam simplesmente tentando ousar, para ver se o cliente curtia o visual novo e inesperado. Se acertassem no gosto, fidelizavam o freguês. O problema é que eu sempre detestei. Era como se tivessem colocado na minha cabeça um cabelo que não era meu. Como um careca, que sai com uma peruca de outra pessoa, por engano (se é que esta situação é possível na vida real -- nunca a vi nem em filmes, mas vale a analogia de qualquer forma). Quando saía do salão, torcia para não encontrar ninguém conhecido até que eu chegasse em casa e lavasse a cabeça.
Havia já um tempo que eu não precisava avisar de antemão "Ah, e por favor, não precisa passar gel no fim do corte, ok?". Pensei que eu havia entrado finalmente numa faixa etária na qual aquele gel no cabelo era inapropriado (na opinião deles inclusive). Mas estes dias fui cortar, não avisei, e tive que deixar para lá a outra coisa que eu tinha que fazer no shopping. Fui direto pegar o carro no estacionamento. E pelas escadas de incêndio.
Tocando neste assunto...
Sempre que corto o cabelo, acho que ele ficou pior do que estava. Em geral, acho que ocorre o contrário com as pessoas! Não sei exatamente porque isto acontece comigo. Creio se deva ao fato de eu adiar tanto o momento, que quando corto, parece que fiquei muito diferente. Depois de alguns dias, me acostumo. O pior é que quando eu reclamo, a resposta em geral é:
-- Não acho... me parece normal... você sempre foi assim mesmo...
E dizem isto logo depois de eu mencionar que achei que ficou uma droga. Muita delicadeza.
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Estes dias eu vi o Tropa de Elite 2. Eu sei, todo mundo já deve ter visto. Com criança pequena, as idas ao cinema são muito menos freqüentes...
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Dias atrás fiquei chocado com a notícia de que um amigo que há muito não via faleceu por motivo de doença. Novo, antes dos quarenta. Deixou ...