domingo, 6 de junho de 2010

No Planetário

Estava na fila do pipoqueiro na saída do Planetário, ali na Gávea. A fila era longa. Atrás de mim, havia um casal com três crianças entre 5 e 10 anos. Sol na cabeça, fila que não andava, crianças se cutucando, pais ficando impacientes, já pensei: não vai acabar bem.

O primeiro a levar um beliscão foi o mais velho. Depois de reclamar o porquê de só ele ter sido o punido, a mãe explicou:

-- Você é o mais velho, deveria dar o exemplo.

Exemplo do quê? Ele tinha justamente ido reclamar com a mãe que os outros dois estavam cutucando ele. Será que ela temia ele se tornar um dedo-duro, daí a lição?

Depois foi a vez do mais novo. Não foi castigado nem pelo pai, nem pela mãe, mas pela natureza: caiu de boca no chão correndo atrás dos outros e ralou o queixo. Morri de pena, mas pelo menos deu uma sossegada. O lado bom é que se não ralasse o queixo naquele instante, pelo andar da carruagem, teria um traumatismo craniano mais tarde.

O do meio, perguntou ao pai:

-- Pai, qual pipoca tem sal, a doce ou a salgada?

O pai irritado respondeu:

-- Pipoca SAAALgada ou doce, qual tem sal?! A doce, óbvio!

O menino, mesmo não gostando da resposta do pai, retrucou que gostaria da doce. Quando veio a sua pipoca minutos mais tarde, ouvi ele reclamando que a pipoca doce não veio com sal como o pai havia anteriormente afirmado.

Quando finalmente consegui pegar minha pipoca, deixando a vez para a família em questão fazer seu pedido, ainda tive que ouvir um comentário do mais novo:

-- Nossa pai, veja só! O cara come 3 saquinhos de uma vez! Que fominha!

É que eu estava levando pipoca para outros que estavam comigo e esperavam na sombra. O garoto achou que eu fosse comê-las todas. Bem-feito pelo queixo ralado.

Tocando neste assunto...

... íncrível como existia apenas um pipoqueiro para atender a todos. Nenhuma outra opção de lanche havia (pelo menos naquele dia). Se não houvesse essa família atrás, tinha sido um tédio ficar na fila por vários minutos. Se tem alguém aí que lida com o negócio de lanchonete, sugiro abrir uma concorrência por lá.

O mundo era perfeito

Quando eu era criança, eu achava que o mundo era perfeito. Não que eu tivesse nascido em berço de ouro, muito pelo contrário. E nem que eu t...