segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Congratulações entre o Natal e o Ano Novo

Eu não sei se isto ocorre com mais alguém (ou melhor, como outro distraído fatalmente existe, me pergunto se o seguinte ocorre com alguma parcela minimamente significativa da população): continuar desejando por aí às pessoas um Feliz Natal e boas festas de Ano Novo no período entre o Natal e o Ano Novo. Como estas felicitações nos acompanham durante dezembro inteiro, elas ficam no "automático". No final de qualquer conversa, as palavras quase que saem sozinhas: "Até mais! Feliz Natal e próspero Ano Novo!". O problema é que continuo dizendo esta expressão durante a última semana de dezembro -- na qual o desejo de um Feliz Natal fica sem sentido. Dizer que já estou me preocupando com o Natal do ano seguinte não cola.

Esta postagem é para justificar a você, que me encontrou agora, por estes dias, e ficou decepcionado pois não lhe desejei nada. Não interprete isto como uma indiferença em relação à sorte do seu próximo ano. Trata-se tão somente de uma precaução para não pagar este mico.

Tocando neste assunto...

Gostaria de desejar a todos um Feliz Natal (este, atrasado) e um próspero Ano Novo! Até 2011!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Mais fácil de roubar pirulito de criança

Depois de muito insistir, convenci minha mãe de que eu já era "moço" o suficiente para ir sozinho a padaria comprar pão de manhã. Eu tinha por volta dos meus seis anos. A padaria ficava a umas quatro quadras da casa onde morávamos. Até hoje, conhecendo a minha mãe, não acredito que ela tenha me deixado ir. A minha filha ainda não tem seis anos, mas acredito por exemplo que eu tenha dificuldades de deixá-la ir até o play sozinha, quem dirá até a padaria. É uma das poucas vezes na qual a minha persuação me colocou em perigo. Afinal, eram várias quadras, várias atravessias de ruas. Mas naquele dia, tudo correu bem. Ou melhor, quase tudo.

Cheguei a padaria e, orgulhoso, me dirigi ao caixa. Era uma padaria simples, onde o próprio dono era o caixa. Perguntei:

-- Este dinheiro dá para comprar cinco pães?

Não é uma forma usual de se solicitar cinco pães, mas foi a que me ocorreu na época. Para um garoto de seis anos, até que não foi das piores maneiras. Afinal, eu tinha uma cédula de dinheiro em mãos cujo valor monetário eu mal tinha noção. Logo, antes de sair pedindo por algo que possivelmente eu poderia não ter como pagar, preferi me certificar de que o dinheiro seria suficiente. O problema é que a resposta veio assim:

-- Este dinheiro dá para comprar cinqüenta pães!

Quando a minha mãe me viu chegando com duas sacolas do meu tamanho lotadas de pão, quase teve um troço. Eu expliquei como foi a coisa e ela ficou revoltada, dizendo como pode alguém passar a perna numa criança! Ela me puxou pelo braço e fomos até a padaria.

O padeiro não se mostrou arrependido. Disse que o que ele disse era verdade, e ponto. Se eu não tinha a capacidade de inferir que o dinheiro dava para comprar os cinco pães que eu queria a partir do fato de que ele dava para comprar cinqüenta então o problema era meu, e dela, que me designou para ir lá fazer a compra. Conclusão: naquela semana, o pessoal lá de casa comeu torrada a semana toda de café da manhã.

Tocando neste assunto...

Estava na casa dos meus pais outro dia, quando eles, querendo me servir um café antes que eu saísse, se lembraram de que faltava em casa material para fazerem um lanche. Eu me ofereci para ir ao mercado e comprar algo. Quando estava caminhando, decidi mudar de destino para ir até a padaria onde tal estória se passou. Quando entrei, lá estava ele! Muito mais velho, sentado num banquinho, ainda no caixa. Era ele o padeiro que me enrolou. Cheguei no caixa, e mandei:

-- Este dinheiro dá para comprar cinco pães?

-- Sim, claro. Cinco pães, então?

-- Pensa bem, ele também dá para comprar cinqüenta, não?

Ele me olhou bem, desconfiado.

-- Como?

-- Quero saber se ele também dá para comprar cinqüenta. Dá ou não?!

Após alguns instantes:

-- Fabiano!! Rapaz, é você, não é?! Está enorme! Quase não te reconheci!...

Depois de um papo curto, levei os cinco pães para casa. Foi legal, senti que rolou um clima de reconciliação.

sábado, 11 de dezembro de 2010

A primeira vez que briguei

A minha primeira briga foi por volta dos doze anos. Calma, eu sou um cara pacífico. Deixe-me explicar melhor.

Quando criança, eu adorava aqueles desenhos japoneses, cheios de lutas, espadas, tiros, etc. Depois de quebrar a cama do meu pai umas duas vezes de tanto pular nela e socar sem querer o espelho do quarto dele, meus pais decidiram me matricular numa escolha de artes marciais, para eu gastar minha energia por lá. Aliás, este incidente de socar o espelho calhou de ser útil. Acabei cortando a minha mão e arrancando uma pequena verruga que eu tinha na base do dedo. Os médicos teimavam em dizer que não adiantaria removê-la, pois ela voltaria. Mas ela não voltou. Talvez eles não estivessem considerando a hipótese de removê-la com um espelho quebrado.

Quando meu pai me deu a notícia, fiquei super animado! Queria fazer caratê, por causa dos filmes do Daniel Sam. Comecei a imaginar se o meu futuro treinador seria parecido fisicamente com o senhor Miyagi. Mas as coisas aconteceram de forma um pouco diferente do filme.

Primeiro, a única turma que aceitou minha matricula no meio do semestre foi a turma de judô. Quando soube que não era caratê, dei uma desanimada. Mas depois descobri que usavam kimono da mesma forma, e aí achei que estava tudo na mesma família e que, portanto, estaria de bom tamanho. A segunda coisa foi descobrir que o meu treinador estava longe de ser um velhinho estilo senhor Miyagi. Ao contrário, o cara tinha uns trinta e poucos anos e media 2 metros por 2 metros. Tendo o porte físico dele, nem precisava saber judô para entrar numa briga.

No dia da primeira aula, me troquei no vestiário, coloquei o kimono e quando ia entrando, o assistente me perguntou sobre a faixa.

-- Que faixa?!, perguntei.

-- Ora, a faixa branca! Você não pode entrar sem uma faixa! Você precisava comprá-la em separado. Deixa eu ver se tenho uma faixa aqui para te emprestar por hoje..... hmmmm... branca eu não tenho... bom, use esta verde pelo menos para prender o kimono.

Quando cheguei na aula, o pessoal estava todo em aquecimento e eu entrei meio atrasado, por causa do imprevisto da falta de faixa. Depois do aquecimento, o professor reuniu todo mundo em cícculo, ajoelhados no tatami. E começou:

-- Bem pessoal, hoje temos um aluno novo, o Fabiano. Poderia se levantar para que todos o conheçam, Fabiano?

Fiquei de pé. Ele então continuou:

-- Fulano, faça uma luta com ele. Vamos ver o estilo dele.

Vocês já perceberam o que ocorreu: vendo a minha faixa verde, ele escolheu um outro faixa verde para lutar comigo. O tal Fulano se levantou, me cumprimentou daquela forma oriental de se curvar para o adversário e veio para o meu lado.

O cara ficou rodeando de longe, balançando o corpo, e dava uns botes tentando segurar o meu kimono. Teve uma hora, que ele chegou tão perto, que eu quase dei um soco nele. Eu não sabia que no judô soco não é permitido como no caratê. Se eu tivesse feito isto, teria sido um fora e tanto. Seria como começar uma luta de boxe e um deles tirar uma arma e atirar. Mas o fato é que eu não sabia nada sobre judô e todos achavam que eu sabia! Como ele ficava ciscando, tentanto me segurar, achei que eu devia fazer o mesmo. Em determinado momento, ele partiu para cima, agarrou minha roupa e eu agarrei a dele.

Aí começou um balança daqui, um passa a perna para derrubar, um empurra-empurra, e eu lá, firme, igual prego em bananeira. Tentava fazer igual. Mas uma hora não teve jeito: ele me deu um puxão, virou o quadril e meu jogou por cima. Eu caí de costas no tatami.

Pensei comigo: "Acabou a luta, ele ganhou!". Que nada! O cara caiu em cima, ficava segurando o meu pescoço, de forma que eu não conseguia ma mexer. E eu fiquei ali, parado, sem saber o que fazer, só preocupado se o cara ia me sufocar. O professor achando estranho, me perguntou:

-- Fabiano, o que foi?! Não vai tentar sair da imobilização? Se machucou?!

-- Não professor... argh... peraí, tá difícil falar... é que eu não sei o que fazer, devo tentar tirar este cara de cima?!?! (eu já estava planejando dar uma joelhada nas costas dele. o que tão pouco vale no judô).

-- Você é faixa verde e não sabe o que fazer ?!?!

-- Não, eu sou branca. É que eu não trouxe a minha, e aí o seu assistente me emprestou uma que estava lá dentro, e...

-- Pára tudo!!

Aí ele acabou a luta e entendeu a confusão. E foi assim a minha primeira luta.

Tocando neste assunto...

 Um pouco mais tarde, tive o gostinho de estar do outro lado da mesa e receber "calorosamente" um colega recém-chegado, servindo de primeiro lutador de "reconhecimento". O cara era faixa cinza e eu também era. Antes de começar a luta, juro que pensei: "só falta o cara ter esquecido a faixa preta dele e o assistente ter emprestado uma cinza que estava por lá!..." Se fosse o caso, o negócio comigo era pessoal.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Parabéns a Você!

Conforme eu havia anunciado numa postagem passada, o meu aniversário chegou. Não é hoje exatamente. É que no dia do aniversário eu não pude vir aqui escrever, então deixei para hoje. Bem, não hoje especificamente, mas para algum dia em que eu tivesse mais tempo (muito embora hoje não tenha sido exatamente um dia tranqüilo). Enfim, estou rodeando muito: escrevo hoje, que não é o meu ainversário, sobre ele, queira você goste ou não.

Sempre achei engraçado que no aniversário damos os parabéns as pessoas. Parabéns pelo quê exatamente?! Seria pela competência do sujeito de ter nascido naquele dia e mês de muitos anos atrás? Até que poderia ser, afinal de contas, o obstetra marcou o dia do nascimento e você saiu de lá naquele dia, cumprindo o prazo acordado. Ou seria pelo fato do aniversariante ter conseguido sobreviver durante mais um ano? Aqui no Rio, em meio a balas perdidas, faz todo o sentido, mas não creio ser este o motivo fora daqui. Em suma, nenhum motivo decente me vem a cabeça.

Tocando neste assunto...

Até a década de 40, a tradicional música de comemoração de aniversário consistia dos versos de "Happy Birthday to You", cantada em inglês mesmo. Insatisfeita com isso, a rádio Tupi organizou um concurso para premiar a melhor versão brasileira da música, com júri formado por membros da Academia Brasileira de Letras. A ganhadora foi a pindamonhangabense Bertha Celeste Homem de Mello, com os seguintes versos:

"Parabéns a você,
nesta data querida,
muita felicidade,
muitos anos de vida".
Minha taxa de acerto no Hino Nacional consegue ser maior do que no Parabéns a Você: com exceção do último, todos os demais versos eu canto errado. Incluindo o título.

Falta saber quem é o autor da continuação imortal "Com quem será, com quem será (...)".

Bertha pertence a Academia Pindamonhangabense de Letras, morreu em 1999 aos 97 anos. Mencionou ter se emocionado durante a entoação de sua composição em diversas ocasiões. Não é para menos, concordam?!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Como perder tempo: contrate um serviço!

É um erro crasso subestimar o esforço necessário para gerenciar um serviço contratado. Um serviço nunca se completa do jeito que você esperava sem um esforço inesperado de sua parte.

Se você ganhou 3 meses de alguma assinatura numa promoção relâmpago, se prepare para ter que ligar para o call center e jurar que você contratou o serviço na vigência daquela promoção e que, portanto, a cobrança é indevida.

Se você não abriu a caixa na loja para ver se o produto estava avariado antes de levá-lo para casa, vai ter que se acostumar com aquele vidro trincado. Afinal de contas, é um risquinho, nem dá para perceber mesmo!

Se você recebeu uma ligação dizendo que a compra de um determinado produto naquele momento te isentaria de uma certa obrigação, não esqueça de anotar o nome do atendente, sua filiação e a data/hora do atendimento (incluindo os microssegundos). Guarde o papel com a anotação na carteira, para não perder. Se a carteira estiver lotada, cheia de conta de luz, água, gás, cartão-fidelidade de restaurante, etc., vale a pena colocar o papel com a anotação no lugar da foto da sua namorada (afinal de contas, o nome da atendente você vai esquecer, quem é sua namorada, não).
 
Tocando neste assunto...

Juro para você: se o portão da garagem do meu prédio quebrar mais uma vez, começarei a desconfiar que o cara que vem fazer sua manutenção está gostando de alguma garota por aqui. É um dia sim e outro também ele está aqui! Agora o portão está estragando duas vezes ao dia. O camarada vem tanto ao prédio, que hoje eu estava saindo de carro e ele me cumprimentou, emendando:

-- Está saindo atrasado hoje, hein?! Até logo!

Ele tinha razão! Ele já sabe o horário em que eu saio de casa! E sobre o "até logo", sem comentários.

sábado, 27 de novembro de 2010

O que eu queria ser quando crescesse...

Estava ouvindo um adolescente reclamar que era muito novo para decidir o que queria fazer da vida... Sei que esta apreensão é geral, mas no meu caso foi diferente. Eu sempre tive a certeza do que eu queria ser quando crescesse. O que ocorreu comigo foi que esta certeza esteve sempre em processo de transformação.

Não, eu nunca quis ser bombeiro. Nem policial. Nem vaqueiro. Não quis ser jogador de futebol. A primeira coisa que me lembro que quis ser foi médico. Sonhei em ser um grande cirugião, talvez um neuro-cirurgião de prestígio! Esta fase durou pouco. Andando de bicicleta, fui atropelado e passei um tempo no hospital e depois em casa, me recuperando. Tive que parar de ir na escola aquele ano. Achei este negócio de hospital meio cruel -- imagine parar uma criança de seis anos na cama -- e logo me interessei por alguma coisa mais segura. Comecei a querer ser...

... um advogado! Eu adorava assistir aqueles filmes que se concentravam quase todo na sala de julgamento, onde um advogado lutava bravamente em sua retórica, tentando desesperada e habilmente provar a inocência do seu cliente ou a culpa do mal-feitor. Este objetivo quase sempre beirava o impossível, pois todas as circustâncias estavam contra a verdade. Isto durou algum tempo, até que eu vi um filme no qual o bandido que foi preso, depois de cumprir sua pena, passou o filme todo atrás do advogado para matá-lo por vingança. Não sei porque mas, de repente, desinteressei-me pela profissão.

Estava na época do ginário e comecei a adquirir um gosto especial pela matemática. Comecei a devorar os livros de matemática. Estudava sozinho, adiantava a matéria. Do outro ano, inclusive. Ao fim da sexta série, tinha terminado a matemática da oitava. Ao final da oitava, tinha estudado aquela do segundo grau. Não tive dúvidas, matemático era a profissão certa! Isso durou todo o ginário, até que um primo meu, querendo se desfazer do seu computador primitivo e comprar um que o atendia melhor, me emprestou seu Hotbit...



Lembro-me como se fosse na semana passada (não poderia dizer "como se fosse ontem", afinal, isto foi há vinte anos... tive que situar esta lembrança vívida num tempo mais atrás): quando eu consegui controlar a imagem da TV de casa plotando um monte de retângulos coloridos na sua tela com o bichinho aí de cima, pensei... "Uau! Se eu conseguir ganhar dinheiro com isso um dia, é isso que quero fazer!". Bem, eu nunca consegui realmente ganhar dinheiro plotando retângulos em lugar algum, mas digamos que a coisa funcionou mais ou menos bem.

Primeiro, fiz o curso de PD (apelido carinhoso para Processamento de Dados). Depois, veio a faculdade em Ciência da Computação. Aí veio o mestrado, o doutorado... Final feliz.

Tocando neste assunto...

O tema da dissertação de mestrado foi sobre interseção de triângulos. Isto não lhe parece bem próximo da motivação inicial (plotagem de retângulos na TV)? Em verdade, a diferença nos temas propriamente ditos é colossal, mas no nome, podemos dizer que realizei meu sonho de infância.

Conclusão? Está na hora de trocar de novo o que quero ser quando crescer... alguma sugestão?!

sábado, 20 de novembro de 2010

Envelheci dois anos em um!

Novembro quase acabando, os enfeites de Natal começando a aparecer, as atividades extra-curriculares em ritmo de desfecho... quando isto acontece, já sei: meu aniversário está chegando.

Sempre foi assim. Na escola, ficava torcendo para as aulas se estenderem por dezembro para que eu passasse o dia em companhia dos amigos da escola, receber os parabéns deles, etc, mas sempre entrávamos de férias antes. Sempre torcia para ganhar dos parentes um presente de aniversário e outro de Natal, mas nada:

-- Olha, este fica de aniversário e Natal, tudo bem meu filho?

Será que quem faz isto realmente espera compreensão? Ou é apenas para humilhar o sujeito que não teve a sorte de nascer em março e receber todos os presentes a que tem direito pela convenção social?

O fato é que envelheci dois anos neste ano. Eu podia jurar que eu tinha trinta anos. Cheguei a afirmar isso em algumas ocasiões, preencher alguns formulários que me pediam a idade. Mas fazendo as contas agora, motivado pelo aniversário chegando, percebo que farei na realidade trinta e dois! Fiquei profundamente desapontado. Por pensar que estava com trinta, e agora sabendo que farei trinta e dois, sinto como se tivessem me roubado um ano. Pior do que envelhecer dois anos em um e receber um só presente de aniversário e Natal, é não receber os presentes do ano que se perdeu!

Tocando neste assunto...

Mas por que razão alguém esquece a própria idade?! Não seria a idade um dado tão fundamental, assim como o peso e a senha do banco, que alguém sempre a tem na ponta da língua?! Bem, no meu caso, não foi. Estou investigando diversas teorias para o ocorrido. Entre elas:

1) à medida que o tempo passa, ninguém passa a se interessar pela sua idade. Ao invés dela, perguntam o ano de nascimento. Apesar da equivalência entre as duas informações, a idade passa a não ser explícita e isto pode ocorrer se a atenção falhar;

2) Ninguém lembrou do meu aniversário ano passado. Nem eu;

3) Fui abduzido por uma nave espacial que viajou perto da velocidade da luz por aproximadamente um ano. Neste caso, pela relatividade, meu tempo cronológico se defasou em relação aos demais de um ano. Esta teoria para ser válida, necessita da condição de que ninguém percebeu minha ausência neste tempo, já que para mim o tempo esteve praticamente parado. A hipótese de número dois já me parecia deprimente, mas prefiro acreditar nela agora.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Para que ler o manual?

Toda vez que conto que, antes de comprar um eletrônico, eu baixo o PDF do manual e o leio, as pessoas me perguntam para quê eu faço isso.

-- Ora, para saber se as funções do aparelho me atendem antes de comprar!

A princípio, esta explicação soa como uma piada. Mas como eu não rio junto, elas percebem que eu falo sério. E que o meu caso é grave. Às vezes, elas ainda tentam me persuadir:

-- Mas não seria melhor perguntar ao vendedor?

E desde quando vendedor sabe o que está vendendo? Ele só sabe em quantas vezes dá para parcelar, o preço, e que o produto é muito bom! Pena que, para certas coisas, não há documentação disponível e aí eu tenho que interagir com vendedores. Estes dias, fui numa mercearia perto da casa da minha sogra e perguntei se eles tinham leite longa vida. A resposta foi:

-- Não senhor, aqui a gente só trabalha com o Barra Mansa e o Parmalat.

Tocando neste assunto...

Parte da culpa da prática de não-leitura do manual é devida aos próprios fabricantes. Veja um exemplo: esta semana a resistência do chuveiro lá de casa queimou. Peguei a minha caixa de manuais, achei o do chuveiro e anotei qual era a resistência apropriada para ele. Ao chegar na loja de ferragens, perguntei:

-- Por favor, você tem a resistência da ducha Lorenzetti, 055-M?

Longo silêncio. A senhora que me atendia ficou me olhando, meio desconfiada. Seria uma pegadinha? De que planeta eu teria vindo? -- ela devia estar pensando. Resolveu me dar credibilidade, chamou o garoto que cuidava do estoque, expert no assunto.

-- Jorge, o rapaz está querendo a resistência da ducha Lorenzetti, 055-M, a gente tem?!

-- Ah, é a comum. Pega a resistência comum da Lorenzetti.

Quando ela chegou na minha mão, conferi, e ela era mesmo: a 055-M. Nesta hora, eu realmente me achei um alienígena. Se era para ser a comum, não podia colocar isso no manual? Tinha que fazer a gente pedir pelo código? Quem leu, e como eu pediu pelo código, ficou com cara de tacho e nunca mais fará isso.

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domingo, 7 de novembro de 2010

Minhas férias

Eu me lembro que muitas das minhas redações na escola primária tinham "Minhas férias" como tema. Para ser franco, eu só me lembro delas. Claro que este tipo de redação só faz sentido ser pedida no começou do ano ou após as férias de julho, e portanto eu deveria escrever sobre muitos outros temas ao longo do ano. Mas mesmo assim, elas de alguma forma ficaram gravadas na minha memória.

Hoje em dia, escrevo sobre tanta coisa, mas nunca mais voltei a escrever sobre as minhas férias. Ao invés de uma folha de papel e lápis, o instrumento é o teclado. Escrevo sobre uma justificativa do projeto ter atrasado, do porquê uma determinada solução técnica ser preferível a outra, sobre a análise que foi feita sobre um problema relatado por um cliente, envio propostas de projetos solicitados por clientes, preparo apresentações em Powerpoint, e até escrevo artigos científicos sobre grafos de intervalo. Escrevo e-mails para meus amigos sobre futilidades e, naturalmente, as postagens do blog. Mas nunca mais voltei a escrever sobre as minhas férias. Por que será?!

Ah, claro, o motivo é óbvio... eu não tenho mais férias.

Tocando neste assunto...

Há alguns anos, quando me mudei para o Rio, fiquei hospedado por algum tempo em um hotel, até me estabelecer na cidade. Depois de um mês hospedado, já enturmado com os funcionários do hotel, um senhor que trabalhava por lá me disse algo interessante:

-- Estou neste ramo deste moço, então deve imaginar quantos anos faz. Mas hoje em dia não é muito divertido trabalhar em hotel... os hóspedes vêm, ficam uma semana, saindo cedo e voltando tarde todo dia e sempre muito ocupados, e vão embora. Quando a gente está se acostumando com os rostos, muda tudo. Bom era antigamente! Os hóspedes vinham, ficavam um mês, traziam a família toda, conversavam, era muito mais divertido.

Eu não disse nada na época, mas hoje penso que deveria ser mais divertido para os hóspedes também.



terça-feira, 2 de novembro de 2010

Aulas de canto

Nada na minha vida foi mais vergonhoso do que a minha primeira aula de canto. Ou melhor, poucas coisas foram.

Há algum tempo atrás, sobrou um tempo durante a semana e resolvi me matricular numa aula de canto. Cantar bem sempre foi de minha vontade, ainda mais porque gosto de música, toco violão, enfim. Quando digo que toco violão, não imaginem que sou realmente bom. É que como consigo cantar ainda pior, então a aula de canto foi priorizada. O pessoal lá de casa e meus vizinhos deram a maior força (naturalmente).

Na primeira aula, quando cheguei, tinha uma garota cantando sendo acompanhada no piano pela professora. Gostei da música, da técnica, da voz afinada, e então pensei: "Legal! Depois de muito exercício, devo chegar lá!".

Aí depois foi a vez de uma senhora. Cantava muito também! Descobri mais tarde que ela cantava em alguns lugares (embora nunca descobri onde exatamente), o que parcialmente explicava a boa voz dado que ela era a mais novata por lá, depois de mim que acabara de entrar.

Aí foi outro, outro, outro, até que a professora disse:

-- Muito bem, agora é a vez do Fabiano. Que música vai cantar?"

Gelei. Estava esperando fazer uns exercícios, um lá-lá-lá antes, no máximo cantar em grupo. Depois de uns dez meses, quem sabe, ensaiar a primeira estrofe, de luz apagada para ninguém me ver. Cantar deste jeito na primeira aula definitivamente não estava nos meus planos.

Pelo menos o pessoal foi bacana. Ninguém riu, cutucou o amigo, ou fez gozação. Pelo menos, não enquanto eu os olhava, preocupado. A professora andou a escala musical de dó a si para achar o meu tom. Coitada, quando achava, tinha que procurar de novo, pois eu já estava em outro. Sobrevivi. Mas que foi uma vergonha, ah... isto foi.

Tocando neste assunto...

Resolvi me gravar tocando violão e cantando, para dar uma verificada. E não é que aquelas aulas me valeram? Cheguei a gostar do resultado. Claro que não ao ponto de mostrar publicamente o som, mas passou pela auto-crítica. Eu tive que sair das aulas meses depois pois o tempo me sumiu, como eu esperava.

Aliás, encontrei a professora estes dias. Situação constrangedora, pois tive que explicar porque saí, etc. Constrangedora pois, como abandonei as aulas, poderia parecer que eu não estava gostando delas. Outra vergonha, mas pelo menos desta vez ela não poderia me pedir para cantar -- o que já estava de bom tamanho.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Teatro infantil... e por que não?

O bom de ter filho pequeno é que você pode fazer um monte de coisa que, de outra forma, lhe fariam passar por maluco. Para todos os efeitos, foi o seu filho ou por causa dele. Vale sujar a roupa de picolé, sentar no chão, fazer palhaçada, cantar as músicas-tema de Toy Story no trabalho, tocar as músicas de Cocoricó no violão, visitar o parque da Xuxa... Claro, todas as opções acima não forma escolhidas ao acaso. Os meus vizinhos, por exemplo, já devem ter decorado a letra de "Amigo Estou Aqui". Juro que a visita ao parque da Xuxa foi ideia da minha esposa, contra a minha vontade.

A última foi ir ver o teatro infantil da Rapunzel na Casa de Cultura Elbe de Holanda. E não é que foi excelente? Olha o quarteto de atores aqui embaixo. Foram muito bons! Aliás, ou cada criança levou a família toda para assitir, ou acho que teve até adulto sem criança por lá.


Tocando neste assunto...

No final do espetáculo, ganhei por sorteio um ingresso para outra peça infantil que está passando na casa de cultura. Que chato, agora vou ter que assitir outra... :-)  Depois envio outra postagem contando como foi.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Senso de humor apurado demais para mim

Na fila do McDonald's, eu já tinha pegado o lanche e estava saindo, quando me lembrei do ketchup. Ao solicitar dois sachês ao atendente, a resposta foi:

-- Pois não, senhor. São cinquenta centavos cada um.

Eu já ia pegando o dinheiro, quando me deu um estalo: desde quando se cobra o ketchup, seja lá onde for?

-- Peraí, o McDonald's está cobrando o ketchup agora?!

E ele, em tom normal:

-- Era uma brincadeira, senhor. Aqui estão...

Juro que estou até agora tentando achar o contexto onde isto seria enquadrado como uma brincadeira. Eu, qualquer dia, volto lá com este camarada e digo:

-- Por favor, um número 1, sem picles e sem mostarda -- anote aí por favor, que sou bem chato com isso --, um suco a parte, mais um nugget de quatro unidades, e também um daquele outro, só o sanduíche.

-- Pois não senhor, são tantos reais.

-- Brincadeira! Não quero nada, não. Estava simulando uma compra para ver como seria o atendimento. Até mais!

Tocando neste assunto...

Este episódio me lembrou, de alguma forma, daquela estória na qual o cara chega para uma entrevista e, quando perguntado sobre pretensão salarial, ele diz em tom esnobe:

-- Salário de R$ 20 mil mensais, com décimos-quarto e quinto adicionais, e férias de 60 dias.

O entrevistador dá uma olhada na ficha de aplicação do candidato e responde seriamente:

-- Senhor, o seu perfil é tão importante para a nossa empresa, que na verdade ofereceremos salário de R$ 25 mil mensais, com décimos-quarto, quinto e sexto adicionais, férias de 90 dias, auxílio-moradia de R$ 5 mil, além de participação nos lucros.

Surpreso, o candidato exclama:

-- Sério?! Não acredito. Você só pode estar brincando!

E o entrevistador:

-- O senhor tem toda a razão. Mas foi o senhor que começou.

sábado, 23 de outubro de 2010

Pergunte à Marilyn

Hoje, enquanto almoçava vendo TV, vi um programa de auditório que me lembrou um velho problema.

Problema clássico de programa de auditório: o apresentador está com um jogador no palco. Diante deles, três portas fechadas. Uma delas esconde um prêmio. O jogador escolhe uma porta. O apresentador, para deixar o jogo mais emocionante, resolve abrir uma porta que não foi escolhida, ao invés de abrir diretamente aquela escolhida e verificar se o prêmio foi ou não ganho. A porta aberta está vazia. Portanto, o prêmio está ou na porta que o jogador inicialmente escolheu, ou na terceira porta que ainda está fechada. Antes de abrir as portas, o apresentador pára e pergunta: "Gostaria de mudar de porta?". O que é mais vantajoso: trocar de porta, ficar com a original, ou é indeferente a troca pois as chances de ganho não se alteram?

Qual a sua resposta? Sério, tente responder. A resposta está logo abaixo. (Se você tentar prosseguir sem pensar na sua resposta primeiro, juro que programei um javascript que formatará o seu HD. Vai arriscar?)

Você deve trocar de porta. Se o fizer, terá 67% de chances de ganhar o prêmio. Caso contrário, terá que contar mais com a sorte, pois terá apenas 33% de chances de realizar o ganho.

Se você não acredita nisto, não tem problema: ninguém acreditou quando a norte-americana Marilyn, escrevendo sua coluna "Ask Marilyn" para a revista Parade na década de 80, deu esta resposta ao problema. Ela recebeu inúmeras cartas, de matemáticos inclusive, reprovando o seu "erro" grosseiro numa revista daquele prestígio. Ela não recuou, continuou afirmando que sua solução estava certa, mas que não queria tornar a escrever sobre o problema, e continuou suas próximas colunas com outros problemas.

Acontece que Marilyn já era famosa na época por ter entrado no Guinness como possuidora do mais alto QI já registrado: 228. E fez jus ao QI: sua resposta estava certa, foi assimilada pelos matemáticos mais tarde e diversas provas alternativas apareceram. Portanto, já sabe: quando estiver num destes programas, sempre troque de porta. E me mande um cafezinho por ter te passado esta dica.

Tocando neste assunto...

... por incrível que pareça, foi este problema que me fez não faltar as aulas de Estatística e Probabilidade durante a graduação. Explico: tive uma péssima professora de Estatística no segundo grau, que me fez ficar com a impressão de que estatística se resumia a organizar amostras por tabulações de resultados. No primeiro dia de aula desta cadeira na graduação, ao entrar na sala, eu já estava de cabeça feita que ia aparecer lá daquele dia em diante apenas para assinar a lista de presença, entregar exercícios valendo pontos, fazer as provas, etc. Mas o professor começou a aula mostrando este problema, dando a resposta e desenvolvendo a prova completa no quadro. Fiquei tão encantado com o poder da Probabilidade, que não faltei nem mais um dia de aula. Parecia até que ele sabia das minhas intenções.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Feriados

Feriados... é tão bom quando um está chegando, não? Dia de ficar em casa, prolongar final de semana, viajar... não existe feriado ruim. No máximo, existe feriado pouco aproveitado.

Estava analisando os feriados, e concluí que Tiradentes era mesmo um cara influente no meio político. Ele representa o único feriado que não está associado nem à Igreja, nem a uma data amplamente comemorativa. Veja só os feriados nacionais de 2010:

01/01 - Confraternização Universal (amplamente comemorativa)
16/02 - Carnaval (Igreja)
02/04 - Paixão de Cristo (Igreja)
21/04 - Tiradentes (?????)
01/05 - Dia do Trabalho (amplamente comemorativa)
03/06 - Corpus Christi (Igreja)
07/09 - Independência do Brasil (amplamente comemorativa)
12/10 - Dia da Criança (amplamente comemorativa)
02/11 - Finados (amplamente comemorativa, por assim dizer)
15/11 - Proclamação da República (amplamente comemorativa)
25/12 - Natal (Igreja)

Não é discrepante dos damais? Não tenho nada contra Tiradentes, muito pelo contrário. Entendo sua importância histórica. Meu ponto é: de todos os demais personagens historicamente importantes, por que somente e exatamente ele? Tem caroço debaixo deste angú.

Tocando neste assunto...

Deviam haver mais feriados. Nos EUA, haverá 21 feriados em 2010 que ocorrerão durante a semana. Estes feriados adicionais nem precisavam ser do tipo tradicional, com duração de dia inteiro. Podemos inventar os semi-feriados - ou só a parte da manhã, ou só a parte da tarde. Já seria o suficiente para organizar o escritório, lavar o carro, ou ir cortar o cabelo.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nem só de X vive a Matemática...

Faz muito tempo que não leio uma Super Interessante. Há muitos e muitos anos atrás, quando eu era ainda um adolescente (para o meu próprio bem, era melhor não ter dito que isso foi há tantos anos assim), existia nesta revista uma coluna chamada "Dois mais Dois" escrita pelo professor Luiz Barco. Ela era ótima, só aquela coluna valia o preço da revista! O Luiz Barco escrevia problemas de matemática de uma maneira tão divertida e encantadora que me fez querer ser professor de Matemática. Se não fosse a paixão pela Computação, isto com certeza teria se tornado realidade. Mais tarde, não sei como conseguiram convencer a Abril de lançar uma revista INTEIRA só com problemas lógicos e matemáticos. Esta revista se chamava Super Jogos. Infelizmente não passou de uma meia dúzia de exemplares. Afinal, quem se interessa por matemática? Infelizmente, poucos.

Lembro de um artigo desta revista, escrito pelo professor Luiz Barco entitulado "Nem só de X vive a matemática...", no qual descrevia um caso, que até hoje não sei se foi real, de um professor que lançou a seguinte pergunta aos alunos:

"Uma mãe visitou os três filhos carregando uma certa quantidade de ovos de chocolate numa cesta. Ao primeiro, ela deu metade do que tinha mais meio ovo. Ao segundo, ela deu a metade do que restou mais meio ovo. Finalmente, ao terceiro ela novamente deu metade do que restou mais meio ovo, ficando sem nenhum. Quantos ovos esta mãe inicialmente possuía?"

Para um versado em matemática, o problema era simples: seja X o número de ovos inicialmente na cesta desta mãe. Logo, a resolução da equação de 1.o grau  ((X/2 - 1/2)/2 - 1/2)/2 - 1/2 = 0 fornece a solução do problema. Equivalentemente, pode-se encontrar a solução da equação (X/2 + 1/2) + (X/2 - 1/2)/2 + 1/2 + ((X/2 - 1/2)/2 - 1/2)/2 + 1/2 = X. Ou seja, tendo uma boa sexta série primária qualquer um resolve este problema.

A surpresa do professor que propôs este problema foi que, antes que o CDF da turna chegasse á uma conclusão, um garoto mais novo que estava por perto respondeu depois de pensar um pouco: "Ela tinha 7 ovos."

"Correto!" Exclamou o professor. "Palpite certeiro."

"Não é palpite professor", retrucou o garoto, "raciocine comigo, de trás para frente: se ela deu metade do que restou dos ovos depois de dar a quantia devida ao segundo filho, mais meio ovo, e ficou sem nada, é porque esta metade era exatamente meio ovo, ou jamais ela teria dado mais meio ovo e ficado sem nada. Logo, ela chegou no terceiro filho com exatamente um ovo. Da mesma maneira, se ela deu metade do que restou dos ovos depois de dar a quantia devida ao primeiro filho, mais meio ovo ficando com um ovo, é porque esta metade era exatamente ovo e meio, ou jamais ela teria dado mais meio ovo e ficado com um único. Logo, ela chegou no segundo filho com exatamente três ovos. Finalmente, se ela deu metade do que tinha inicialmente de ovos mais meio ovo ficando com três ovos, é porque esta metade era exatamente três ovos e meio, ou jamais ela teria dado mais meio ovo e ficado com três. Logo, ela tinha inicialmente sete ovos."

Conclusão: o professor Luiz Barco escolheu muito bem o título deste artigo!

Tocando neste assunto...

É engraçado como é a vida. Muitos anos mais tarde fiz graduação na Unicamp. Depois de sair de lá, descobri que o professor Luiz Barco era professor de Economia de lá. E eu perdi a oportunidade de conhecê-lo! Espero voltar lá para pegar meu autógrafo.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sobre criação de blogs

Estes dias me perguntei se o meu blog estava bem estruturado, se as novas submissões tinham uma boa periodicidade, se o desenho e formato dos tópicos estavam bacanas, enfim... se eu não estava sendo pexinho fora d'água. Então resolvi googlar um pouco e dar uma olhada em dicas por aí.

O primeiro site de conselhos para se criar um bom blog que encontrei era interessante. Comecei a ler com atenção, até que chegou uma parte dizendo que os tópicos, sempre que possível, deveriam vir em formato de lista, pois as pessoas adoram. Porém, o próprio site não tinha o formato de lista, como algo do tipo "As 10 coisas que você precisa saber para criar seu blog!". Este, por incoerência, descartei.

O próximo acreditava fortemente que o blogueiro deveria estudar a concorrência para se adequar aos padrões do nicho de mercado que o seu blog pretende atuar. Concorrência? Nicho de mercado? Por falta de MBA, preferi deixar de entender os conselhos deste site.

O outro dizia que você não deve seguir conselhos do que fazer no seu blog e seguir somente o seu instinto. Logo, seguindo rigorosamente o conselho, desprezei aquele site.

Depois outro, outro, e outro.... nenhum ajudava muito. Perdi a esperança e decidi continuar do jeito que está. Vamos ver se dá certo -- seja lá o que dar certo significa.

Tocando neste assunto...

Existia um que dizia que o segredo era ter uma postagem ao menos uma vez ao dia. Ao menos uma vez ao dia ?!? Eu esperava algo como três por mês. Ou ainda um por semana, em períodos de inspiração. Acho que sair da categoria amador vai ser difícil. Pelo menos se eu quiser terminar o meu doutorado.

sábado, 2 de outubro de 2010

Dia de eleição

Domingo é dia de votar. Não sei quanto a vocês, mas até que acho divertido. No meu caso, tenho que viajar para minha cidade natal, pois por falta de vergonha na cara, ainda não transferi meu título. Para falar a verdade, nem sei se farei isto algum dia. Primeiro, porque descobri que quem transfere o título tem fortes chances de ser convocado para ser mesário. Segundo, e o mais importante, é que sou obrigado a voltar à escola na qual cursei o primeiro grau. Muitas das vezes, revejo alguém que há anos não via. Alguém que já tinha até me esquecido de que existia. Ou alguém que já tinha até se esquecido de mim. Enfim, dia de votação é um bom exercício para as lembranças. É o único lugar em que não vejo a menor graça de chegar e pegar a fila vazia.

O grande problema com o sistema eleitoral é que ninguém vota consciente dos projetos do seu candidato. Nem o próprio candidato deve saber o que ele vai fazer se eleito. Acho que campanha eleitoral deveria ser estilo BBB: todos os candidatos numa casa e o público vai eliminando. Os últimos que ficassem seriam os eleitos. Ninguém ia perder uma campanha política assim.

Tocando neste assunto...

O camarada comparece ao TRE.

-- Bom dia! Eu vim justificar o meu voto.

-- Pois não. Qual foi o motivo do não-comparecimento às urnas?

-- Não, eu fui sim. Votei no Fulano. E vim aqui dizer o porquê!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Dia difícil

Sabe um daqueles dias em que nada dá certo? Hoje foi um destes para mim.

Para começar, quando cheguei logo cedo no curso de inglês descobri que a escola havia sido arrombada durante a madrugada. Nada demais, nem dei bola para este sinal que eu deveria voltar para casa.

Passei no mercado, tinha que comprar algo sem falta. O caixa que escolhi, o único que estava completamente vazio, deu problema e tive que ficar esperando resolverem para saber se o valor tinha sido debitado do cartão ou não. Lá se vai o tempo.

Ao pegar o carro me encaminhando para o trabalho, reparei que o odômetro havia parado de funcionar (não vou falar o que é, vai ter que googlar para saber o que é um odômetro). Amanhã vou ao mecânico para saber se é grave ou se foi só um problema passageiro que estava incluído no pacote dia-ruim.

Ao chegar no trabalho um pouco atrasado, meu chefe já havia ido me procurar para conversar com certa urgência e eu não estava. Duas vezes.

Entornei feijão na calça jeans durante o almoço, numa das pernas. Depois pasta de dente na outra. Ao tentar me limpar com papel toalha, ele esfarelou e deixou a calça cheia de coisinhas brancas, sem ter conseguido limpar totalmente as manchas de feijão e pasta de dente.

Saindo do trabalho, fui assaltado no carro a caminho de casa, pela janela. Meu colega de trabalho estava comigo e também perdeu, assim como eu, celular, aliança, dinheiro da carteira e relógio. Coitado, pegou a rebarba do meu dia!

Chegando em casa, descobri que o livreiro que comprei para minha filha tinha chegado. Gastei 2 horas e meia para montá-lo (o manual dizia que dava para fazer em 80 min -- e eu juro que acreditei). Depois que terminei de montar, descobri olhando novamente o site do vendedor que o montador estava incluído no valor pago, bastava ligar um número e agendar. (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)

Ainda não fui dormir. Acho que é melhor ir imediatamente. Boa noite!

Tocando neste assunto...

Não sou superticioso. Não acredito neste tipo de coisa, nem se hoje tivessido sido sexta-feira 13. E para tanto, tendo em vista hoje, acreditem: é necessário ter muita convicção.

sábado, 25 de setembro de 2010

Siga-me se for capaz

Ultimamente, tudo se resume a seguir algo ou alguém. É um tal de seguir alguém no Twitter, seguir o blog daquele outro, seguir os contatos do Gmail, seguir o Orkut dos amigos... para quem tem mania de perseguição, a web está virando um prato cheio. Os próximos thrillers policiais vão ser algo do tipo:

-- Ei, você está navegando em alta velocidade, mais de 100 Mbps! Pode me explicar o que está acontecendo?

-- Dê uma olhada no seu perfil... estão nos seguindo!

Se todo mundo está seguindo todo mundo, é correto dizer que ninguém está indo para lugar algum? Pense nisto. E veja se larga do meu pé!

Tocando neste assunto...

A privacidade está ficando complicada na Web. Estes dias, descobri que o meu celular, usando o GPS, atualizava automaticamente meu perfil Gmail para indicar em que localidade eu estava. Mostrava até as cidades por onde eu andava! Achei isso tanta invasão de privacidade, apesar de engenhoso, que acabei... deixando como estava. Não é fantástico?!

domingo, 12 de setembro de 2010

Taglines

Li uma frase que supostamente deveria ser engraçada:

"Ontem à noite eu tive um sonho: 1.945.121.123 bytes livres."

Foi escrita na década de 90. Notem que o tamanho acima representa perto de 2 GB de espaço livre em (provavelmente) uma memória ou disco de computador. Na época, este espaço era tão significativamente grande que era motivo de ser um sonho impossível. Hoje, o meu celular possui mais do que esse espaço.

Tocando neste assunto...

Quando não existia a Internet (pelo menos não do jeito que ela é hoje), mas existia modem e linha telefônica, existia algo chamado BBS (sigla para Bulletin Boarding System). Era como se fosse uma micro-Internet, cujos usuários raramente eram de cidade distinta daquela na qual você morava. Num BBS, podia-se trocar arquivos e mensagens, como na Internet.

Quando a Internet se popularizou, provocou a extinção dos BBSs. A mudança veio para melhor, a não ser por uma queixa: as taglines deixaram de existir. Uma tagline era uma frase que vinha no final de toda mensagem enviada, que deveria possuir duas características: (1) caber numa linha e (2) ser engraçada. Os programas de correio eletrônico da época já traziam um repertório delas. O usuário poderia escolher qual usar especificamente em cada mensagem criada ou deixar que o programa sorteasse e anexasse uma do banco de dados. Era muito divertido! No final da mensagem, uma rápida lida em algo engraçado. Realmente, não sei por que desistiram disto. Todo mundo ia ler até SPAM.

Procurando na Internet, achei uma coletânea das frases que se usava na época. Seguem algumas como exemplo.

* Não acredite em Extra-Terrestres, eles são muito mentirosos.
* Não ouse pegar esse telefone só para pedir socorro aos bombeiros! Estou no meio de um download!
* FORMAT C: ...Sim ...Sim ...Nããããããoooo!!!
* This virus requires Microsoft Windows
* Este vírus requer 600 KB. Libere mais memória para executar.
* Mouse não encontrado. Bater no gato?
* Dica de micreiro: se seu carro pifar, tente sair e entrar de novo.
* Sanduíche preferido do micreiro: Xcopy.
* Teclado não instalado! Pressione F1 para continuar.
* Quem é esse General Failure? Por que ele fica lendo meu drive C?
* Pirataria, eu? Não, só faço transferência de tecnologia.
* Jamais deixe seu computador saber que você está com pressa!
* Coma cocô. Um bilhão de moscas não podem estar erradas.
* Mulher grávida vive reclamando de barriga cheia.
* O Windows é realmente multi-tarefa! Ele trava seu teclado enquanto lê o drive A!
* Quando se disca um número errado, a ligação nunca está ocupada..
* Sabe como fazer um panaca esperar 24hs? Amanhã eu te conto!
* Seja legal com seus filhos. Eles que vão escolher seu asilo
* Dê emoção à sua vida: Faça pipocas com a panela aberta!
* Multitarefa: ler no banheiro.
* Canela: dispositivo para achar móveis no escuro.
* A fé remove montanhas. Os ecologistas são contra!
* Pode falar, minha boca é um túmulo. Sente só o cheiro.
* O Windows é tão lento, tão lento, que não tem tempo de resposta, tem é prazo de entrega.
* O Windows não é ruim, é só esperar ele ficar pronto.
* Diferença entre vírus e Windows: Vírus funciona!
* Já notaram como o Windows roda rápido? Nem eu!
* Diga não às drogas, apague seu Windows.
* Esta é uma Tagline espelho || ohlepse enilgaT amu è atsE
* A partida de futebol entre cavalos terminou em patada.

A frase que iniciou o texto era uma destas taglines, me lembro bem. Para aumentar o seu prazo de validade, ela deveria ser alterada para "Ontem à noite eu tive um sonho: 1.945.121.004.333.555.343.222.566.123 bytes livres.". Pelo menos, para os próximos dois ou três anos.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

O tempo passa, o tempo voa...

"O tempo passa, o tempo voa, e o TC Bamerindus continua numa boa....". Talvez você tenha reconhecido este jingle. De qualquer forma, a primeira parte dele é muito verdade: o tempo realmente passa rápido (se você reconheceu este jingle, não vai negar isso). Já a segunda parte, dado que o TC Bamerindus não existe mais, ficou comprometida.

Tocando neste assunto...

Estava no shopping quando reparei algumas crianças brincando com o pai. Não acreditei quando me dei conta das brincadeiras que elas estavam fazendo com ele! Tais brincadeiras haviam sumido completamente da minha memória, e fiquei satisfeito em saber que elas são perpetuadas de geração em geração. Julguem por vocês mesmos:

- Com dois dedos, os participantes se alternam entre dar e receber tapinhas para ver quem desiste primeiro. À luz do meu conhecimento atual de física, vejo que o resultado desta brincadeira é invariante se os participantes se alternam ou se apenas um dá e o outro recebe os tapinhas (terceira lei de Newton). Seja como for, alternar os tapinhas continua sendo o mais indicado por parecer ser a forma mais justa de se brincar;

- Pedir, sob algum pretexto, que o outro entrelace os dedos da mão. Após isso, apertar com as duas mãos os dedos desta pessoa. O aperto entre os ossos dos dedos entrelaçados causam-lhe dor (por algum motivo macabro, isto é engraçado às crianças).

domingo, 15 de agosto de 2010

Seguro contra acidentes pessoais

Por quase R$ 1 milhão será possível comprar um carro que voa em 2011. Ainda não tenho o dinheiro, mas para fugir do trânsito, vale a pena continuar economizando para chegar lá. Pelo jeito que anda o mercado imobiliário, comprar um destes sairá ainda mais em conta do que comprar um imóvel na Zona Sul.

Tocando neste assunto...

Hoje, mais uma vez, um cara de telemarketing me ligou (claro, se ele é de telemarketing, não poderia ter batido na minha porta). Estava indo para o trabalho, em outras palavras estava condenado a uma hora de Linha Vermelha congestionada, e achei que conversar com aquele sujeito poderia ser mais divertido. Resolvi, desta maneira, prosseguir com o assunto.

-- Senhor Fabiano, bom dia! Estamos ligando para oferecer um produto exclusivo do seu banco! Trata-se de um seguro contra acidentes pessoais onde o senhor poderá contar...

Eu ainda não havia respondido o bom dia. É impressionante como estes caras gostam de falar! Às vezes, sinto que eles até se irritam quando a gente os interrompe.

-- Mas o que cobre exatamente este seguro?

Pronto. Fiz a pior coisa que se pode fazer diante de um vendedor: fazer uma pergunta a ele. Agora, ele tinha indícios de que minimamente eu poderia ter interesse no produto, e logo a investida contra mim se torna mais pesada a partir deste momento. O camarada começou a listar uma série de acidentes que o seguro contemplava. Tantos, e com tantos detalhes, que no final eu já estava sentindo a perna dormente. Decidi parar com o papo:

-- Senhor, para lhe dizer a verdade, eu jã tenho um outro seguro e estou satisfeito com ele. Obrigado.

-- Neste caso, nós temos um outro seguro que contempla acidentes complementares, que não são cobertos em geral pelos outros seguros. Não gostaria de aumentar a sua cobertura atual?

Acabei desligando sem saber quais seriam estes outros acidentes não cobertos que poderiam me interessar. Mas imagino que seja algo como ferimentos decorrentes de batida de carro por conversar com atendentes de telemarketing no caminho para o trabalho.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Serviço militar obrigatório

Descobri que na Turquia o serviço militar é obrigatório. Obrigatório mesmo: nenhum homem escapa. O sujeito tem o período entre aproximadamente os dezoito e trinta anos para decidir em que ano servirá. E lá o negócio literalmente pega fogo. Com os conflitos com os Curdos e a presença forte de terroristas que rolam por lá (para se entrar num shopping center na Turquia é necessário passar antes pelo detector de metais), é quase certo que o soldado alguma hora dará um tiro em direção a alguém.

Tocando neste assunto...

Hoje um amigo meu de muitos e muitos anos atrás me chamou para comermos uma pizza e conversarmos (não ao mesmo tempo, naturalmente). Faz um tempo que não o via. Tendo ainda a notícia acima fresca na cabeça, logo me veio a lembrança de quando ele e eu fomos nos alistar, no mesmo dia, na mesmo batalhão do exército. Tendo-se em vista que não pretendíamos seguir carreira militar e nem aprender a dar tiros, ambos encontrávamos munidos de atestados médicos para evitar o pior de sermos selecionados e perdermos um ano de vida. Numa certa hora, o sargento comandou:

-- Quem tiver atestado médico, aproxime-se!

Rapidamente quase todo mundo colocou um atestado na mesa. Quando o sargento chegou na análise do atestado do meu amigo, ele gritou:

-- Quem é Fulano de Tal?

-- Sou eu -- respondeu o meu amigo, surpreso. E o sargento:

-- Rapaz, se você de fato tem todos estes problemas de coluna, é um milagre que você esteja agora de pé!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Fim da Copa do Mundo!

Terminou a Copa do Mundo de 2010. Ainda bem, desde que o Brasil saiu, ficou sem graça. E não venha me dizer que não tenho espírito desportivo, seu perdedor!

Tocando neste assunto...

... o bordão do Arnaldo César Coelho "a regra é clara" me chamou à atenção de um fato curioso. Como todos sabem, esta expressão é utilizada por ele para fornecer uma explicação das regras do futebel que se aplicam ao lance sendo comentado, seguido por uma aprovação ou reprovação do julgamento do árbitro. Mas, a propósito: alguém já leu um manual de regras do futebol?

Eu já li vários manuais de jogos de tabuleiro, de jogos de carta, apostila de voleyballhandball nas aulas de educação física, mas nunca li nenhuma regra sobre futebol. Tudo que aprendi foi na prática. Primeiro, descobri que jogador "de linha" não poderia colocar a mão na bola, apenas o goleiro. Depois descobri que no jogo profissional o fim de partida era por tempo, não por placar como era usual nas peladas que eu tinha com meus amigos. Por fim, aprendi sobre escanteio, lateral e impedimento. E era tudo. Curso completado com 7 anos de idade. De maneira geral, não precisei ler nada mais para entender todos os jogos de futebol a que assisti ao longo dos anos. Será que este fato me classifica como um gênio da teoria futebolística?

sábado, 10 de julho de 2010

Na fila do Subway

Abriu um Subway aqui perto de casa. Foi ótimo, adoro Subway. E pelo jeito, a vizinhança inteira: desde que inaugurou, a fila é enorme, em qualquer horário que se vá lá. Bom, pelo menos nos horários em que lá estive. Salvo por um grande azar, o negócio está realmente bombando.

Estava lá na fila quilométrica, quando entra um cara nervoso de dois metros de altura berrando:

-- O dono de um Peugeot vermelho estacionado aqui fora está aqui ?!

O dono do tal Peugeot tinha parado na frente da saída de garagem do sujeito. Bem que eu estava escutando buzinas frenéticas há um bom tempo! O camarada devia estar há pelo menos quinze minutos querendo sair de casa, buzinando na tentativa de chamar a atenção do dono que potencialmente estaria nas redondezas. Resignado, ele foi em busca do motorista folgado. O Subway foi uma boa tentativa, dado o número de pessoas ali.

-- O dono de um Peugeot vermelho estacionado aqui fora se encontra aqui ?! -- insistiu o grandalhão.

Um rapaz na fila, finalmente respondeu:

-- Não!

Não?! Como alguém responde 'não' a uma pergunta como esta? Esta pergunta é uma daquelas as quais ou se responde sim, ou não se sabe! Havia algo de suspeito no sujeito. O dono da garagem também farejou isto.

-- Você sabe onde ele está, portanto?

-- Não, na verdade não...

-- Então como sabe que ele não está aqui?

-- Sei lá, imaginei que não... se estivesse, já teria se pronunciado.

É, tudo bem. Não tinha uma resposta melhor mesmo. Com aquele "Não!" o rapaz da fila se entregou. Devia estar tentando despachar o grandalhão nervoso antes que alguém nas proximidades denunciasse "Ei, eu vi este cara estacionando este Peugeot!". Devia estar preferindo pegar o carro de volta no pátio do Detran depois que o veículo fosse rebocado a se identificar.

Tocando neste assunto...

Se tem um restaurante fast food que acho que desbanca o McDonalds é o Subway. Se ainda não conhece, tente o Frango Teriaki com molho de mostarda e mel. Depois você me conta. Só tome cuidado com o local onde para o carro.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Assinatura de jornal

Pela centésima octagésima nona vez recebi uma ligação do telemarketing do jornal que assinava insistindo para que eu retome a assinatura. Cada vez é oferecido um brinde diferente. Afinal de contas: estes caras querem me persuadir com um brinde porque consideram que o jornal em si não é vendável?

Até imagino o diálogo dentro de pouco tempo:

-- Sr. Fabiano, o senhor está podendo falar?

-- Olha, na verdade...

-- Ótimo senhor. Somos da Central de Relacionamento do jornal que o senhor costumava assinar e gostaríamos de lhe oferecer um brinde muito especial: um console Play Station 3 inteiramente grátis.

-- Que legal! Preciso me comprometer a algo?

-- Bem senhor, o senhor receberá o jornal por um ano, todos os dias, por apenas R$ 19,90 mensais.

-- Hmm, neste caso, deixa para lá, fica para a próxima...

Ficar acumulando jornal não lido todo dia? O trabalho não compensa o benefício.

Tocando neste assunto...

... é muito mais divertido e eficiente buscar as notícias on-line. Quando a geração dos anos 70/80 se for, será que o jornal impresso sobreviverá? Eu duvido, exceto se os brindes forem realmente bons.

domingo, 4 de julho de 2010

Vendedor de brincos

Um amigo esteve em Salvador a passeio e me contou uma estória curiosa.

Disse que estava a beira-mar, curtindo uma água de coco com a namorada, quando um ambulante vendendo brincos artesanais aparece.

-- Quanto é este? - perguntou a namorada do meu amigo.

-- Cinco reais.

-- E este?

-- Todos são cinco reais, não tem diferença.

Percebendo que a namorada havia gostando dos dois, o meu amigo barganha:

-- E se eu comprar os dois, dá para fazer por quanto?

Ao que o ambulante responde depois de pensar um pouco:

-- Os dois são quinze reais.

Espera aí. Se cada um era cinco, por que dois seriam quinze? Ao ser questionado, o vendedor abre o jogo:

-- Rapaz, é o seguinte: eu faço uma quantidade de brincos tal que, vendendo toda ela no mês a cinco reais cada, passo o mês tranquilo. Mas se cada cliente comprar mais do que a quantidade que espero que eles comprem, meus brincos acabam antes do mês fechar, e a minha mulher não vai me dar sossego até que eu faça mais brincos para vender.

Já pensou se esta moda pega? Até imagino a seguinte conversa num restaurante:

-- Por favor, poderia me trazer o menu de sobremesas?

-- Senhor, infelizmente o senhor não poderá ter uma sobremesa, dado que o senhor pediu um prato despendioso do cardápio. Nossa receita mensal não comportaria.

Tocando neste assunto...


... na hora eu não falei nada com o meu amigo, mas pensando bem, fica aqui um recado para ele: barganhar um brinco de cinco reais é brincadeira, hein!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Brasil fora da Copa

Eu sei. Eu também acreditei.

A decepção que bate nem é tanto do Brasil ter sido desclassficado da Copa. Acho que o problema maior é que o futebol é o único esporte para o qual os brasileiros realmente torcem. É como investir todo o nosso dinheiro em ações de uma única empresa: quando esta estiver indo mal, o descontentamento é mais evidente.

Tocando neste assunto...

... embora tivéssemos o Dunga, o Feliz era holandês. Agora, como ouvi pela Internet por estes dias, o jeito é voltar cantando: "Eu vou, eu vou, para casa agora eu vou!... Paralá-ti-bum, paralá-ti-bum..."

terça-feira, 29 de junho de 2010

Brasil nas quartas!!

Até que enfim um jogo no qual o Brasil mereceu ganhar. Como bom brasileiro que sou, acho que o time deve melhorar etc. e tal, mas sejamos sinceros: o Brasil jogou bem melhor. Nos jogos anteriores, a primeira coisa que me vinha à cabeça quando o árbitro apitava fim de jogo era que com certeza o meu chefe não iria mais dispensar ninguém para ver o jogo em casa. Deixar de produzir para ver 'aquilo'?!

Tocando neste assunto...

... neste jogo, além do resultado, o Galvão se comportou muito bem, chegando a ser simpático. Não brigou com o Arnaldo, não criticou o Dunga (a parte um comentário "quem avisa amigo é!", se referindo indiretamente a um equívoco do treinador em sua opinião), e nem fez nenhum comentário engraçado. Pelo menos, nenhum à altura do "escutem o silêncio da torcida!".

domingo, 27 de junho de 2010

O pseudo-ceguinho

Há um cego que sempre está pedindo dinheiro num movimentado cruzamento perto de onde moro. Ele está sempre com um rapaz mais novo segurando o seu braço guiando-o por entre os carros. Sempre desconfiei que ele era apenas alguém de óculos escuros e bengala fingindo não estar vendo os motoristas, devido ao fato de quase ele não precisar muito da ajuda do seu assistente para localizar as janelas dos veículos. Ou ele teria os demais sentidos muito aguçados, ou seria um farsante.

Hoje tive certeza de que se trata do segundo caso. Sabem aquele tipo de vendedor de balinhas de semáforo que sai correndo colocando saquinhos de balinhas no retrovisor? Pois é, lá estava ele para cima e para baixo, todo feliz. Claro, desta vez sem óculos, sem bengala, sem assistente. Para quem seria supostamente cego, esta atividade é um tanto quanto inapropriada.

Tocando neste assunto...

.. até que estes vendedores mantém certa ética profissional. Eu nunca tive que ficar esperando um vendedor voltar com o sinal já aberto. Este respeito ao consumidor até faz com que eu simpatize com tal atividade no semáforo.

Ah, e antes que eu me esqueça: será que aquele sujeito que ficava guiando o pseudo-ceguinho não tinha realmente nada melhor para fazer? De qualquer forma, encontra-se agora desempregado!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

África do Sul fora da Copa

A África do Sul foi desclassificada da Copa. O jornal local The Citizen noticia "Fora, mas orgulhosos!", depois da saída em grande estilo batendo a França. Trouxe até um encarte com o pôster da seleção, como se o jogo contra a França tivesse sido uma final! Exemplo para os brasileiros, que não aceitam nem ver a cara dos jogadores se o time não fica em primeiro lugar.

Tocando neste assunto...

... é a primeira vez na história das Copas que um país sede não se classifica para as oitavas-de-finais. Seria engraçado se a África do Sul, no papel de dono da bola, declarasse logo: podem ir para a casa, acabou a brincadeira!...

domingo, 20 de junho de 2010

Google Maps desatualizado

Eu já fui em muitas cidades pequenas, que literalmente estavam fora do mapa. Mas este fim de semana fui em uma que conseguiu uma proeza: estar fora do Google Maps! A cidade é a de São Geraldo, Minas Gerais. Pode procurar. Em verdade, existe uma cidade chamada São Geraldo, também em Minas, mas está localizada ao norte do estado. A 'minha' São Geraldo seria vizinha a Ubá.

Tocando neste assunto...

... como localizar a cidade pela ferramenta não foi possível, o jeito foi pegar as direções até Ubá, com o objetivo de pedir informações quando chegasse lá. O engraçado foi que o primeiro habituante local nas proximidades de Ubá não sabia da existência do município que eu procurava. Tudo bem que não sou conhecido por todos os vizinhos do meu prédio, mas uma cidade não ser conhecida pelos habitantes da cidade vizinha, espera lá!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Atitudes impensadas

Conforme já toquei neste assunto, muito do que as pessoas dizem o fazem sem pensar. Hoje prestei atenção em mais alguns exemplos. Por que as pessoas dizem "Está podendo falar?" quando alguém responde a uma chamada feita a um celular, mas não a alguém que atende uma chamada a um telefone fixo? As pessoas que atendem no telefone fixo são, por acaso, mais desocupadas? E por que motivo leva alguém a atender o celular só para dizer "Agora não estou podendo falar...". Por que o atendeu então? Apenas para fazer a outra pessoa gastar dinheiro com a chamada completada?

Enfim, se você parar para pensar em certas atitudes cotidianas, dá para se divertir um bocado.

Tocando neste assunto...

... dentro do hall de espera que existe na descida do bondinho do Pão de Açúcar, existe uma placa em frente a uma porta, com os dizeres: "Proibido a entrada, exceto para pessoas autorizadas.". Graças a Deus lembraram de colocar a observação final. Caso contrário, o fato de ninguém poder entrar pela porta certamente causaria grandes contratempos.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Brasil estréia na Copa!

Decepcionante o desempenho do Brasil hoje em seu primeiro jogo na Copa. Quando se trata do time do Brasil, já se viu: se não houver no mínimo três gols de diferença, é porque o time está ruim. Mas hoje ainda por cima o time jogou muito mal. Jogou tão mal que o Galvão, que adora elogiar o time do Brasil, estava comentando "Belíssimo passe!" para uma passada de bola de 3 metros de um jogador a outro na zaga. Afinal de contas, pelo menos o passe saiu certo e, se não fizesse o elogio, não havia algo mais para fazê-lo.

Tocando neste assunto...

... não sei se tiveram a oportunidade de assistir a abertura oficial da Copa. Se não, aconselho. É um vídeo bem curto, mas interessante. Aqui vai o link.

sábado, 12 de junho de 2010

Melhor do que estudar é ler

Está ocorrendo o 12º Salão do Livro, uma "bienal" cujo foco é o público infanto juvenil. Bem menos imponente que uma Bienal, é verdade, mas nem por isso menos importante. Aliás, até achei melhor, pois não é tumultuado como a Bienal. Você consegue por exemplo entrar no stand de vendas sem esbarrar em ninguém. Pode se dar ao luxo inclusive de conversar com um atendente! Quem tem criança e gostaria de incentivá-lo na leitura, é um excelente programa.

Tocando neste assunto...

... hoje estive lá e cheguei justamente na hora em que o Ziraldo estava começando um bate-papo com o público. Muito simpático e bem-humorado, como não podia deixar de ser (dá para imaginar alguém escrevendo para o público jovem sem estas qualidades?). Quando abriu a palavra para a platéia, uma garotinha perguntou:

-- Senhor Ziraldo, de onde tirou o nome 'Diário de Julieta" (o nome de seu novo livro)?

A resposta foi mais ou menos assim:

-- Eu queria fazer um trabalho envolvendo o mundo infantil feminino. Eu já escrevi diversos livros em torno do mundo infantil masculino, mas nunca o feminino. Não porquê o ignorava, mas por entender naturalmente melhor do outro, já que quando criança fui um menino, não uma menina. Mas decidi mesmo mergulhar no estudo deste mundo feminino infantil, resultando nesta obra, quando fui fazer uma palestra parecida com esta no lançamento de uma série de nove livros, cada um representando um planeta, nos quais todos haviam meninos como protagonistas. Então, uma garotinha parecida com você me perguntou: "Senhor Ziraldo, por que na coleção não tem nem uma estória com uma menina?". Aquela pergunta me derrubou. Enquanto eu pensava numa boa justificativa, ela emendou: "Eu sei! Os planetas são meninos. Mas as meninas, estrelas!"

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Se quiser bem feito, faça você mesmo!

Lembro-me da minha terceira série primária. Com tantas mudanças de nomenclatura, acho melhor especificar que tal série era aquela cursada após três anos do Jardim de Infância, assumindo que o camarada passe no CA, primeira e segunda séries.

Como seja. Era a minha terceira série e a escola municipal que eu estudava organizava um concurso de poesias. Os três primeiros colocados receberiam menção honrosa do diretor em um evento próprio onde haveria a entrega de premiações aos vencedores. Decidi, logo quando soube da novidade, que eu participaria e determinei que eu ganharia aquele concurso.

Como eu realmente queria ganhar, achei que um texto meu teria poucas chances diante do texto de garotos mais adiantados nas séries. Inocentemente, acabei cometendo um delito: peguei um livro que meus pais tinham em casa e copiei uma poesia. Claro, com uma poesia de um escritor profissional, o concurso estava no papo! Naturalmente, fiz isso sem que ninguém soubesse. Meus pais por exemplo jamais aprovariam tal conduta. Depois de passar o poema a limpo, apliquei ele no concurso.

Dias depois, minha professora me chama a sua mesa.

-- Fabiano, foi você mesmo que escreveu o texto?

Claro que ela já sabia que ele foi copiado. Ela só queria ter certeza que estava de má fé. Só para terem uma idéia, a poesia, uma de Neimar de Barros chamada chamada "Deus Decepção", começava assim:

"Eu,
cheio de preconceitos,
racista!

Eu,
com falsos conceitos,
neo-nazista.
(...)"

Imagina só se um garoto de terceira série escreveria assim. Respondi prontamente:

-- Foi sim, professora!

A professora fez uma pausa. Como se quisesse me dar mais uma chance, ainda disse:

-- Tem certeza?

Pensei se deveria contar a verdade. Pensei no concurso em seguida, e então respondi:

-- A minha mãe me ajudou em algumas partes, mas as idéias todas foram minhas.

Decepcionada, ela pediu que eu voltasse ao meu lugar.

No dia da premiação, estava ancioso pelo resultado. Quando começaram a ler o nome dos vencedores, foi mais ou menos assim:

-- Terceiro colocado: Fulano!

Enquanto havia as palmas, eu ficava aliviado de não ter sido eu... eu queria a primeira colocação!

-- Segundo colocado: Sicrano!


Ufa, não fui eu! Só poderia ter ganhado então!

-- Primeiro colocado: Beltrano!

O quê?! Eu não havia ganhado. Fiquei indigado! Na época, pensei que este tal de Neimar de Barros não estava com nada, pois não ficou nem entre as três colocações num concurso de poesias de uma escola pública!

Lição que aprendi: se quiser algo bem feito, faça você mesmo. Nunca mais plagiei nada de ninguém.

É claro que a razão pela qual eu não ganhei é que fui desclassificado pela professora secretamente, para evitar constrangimentos. Mas a lição que aprendi foi muito importante por toda minha vida! Demorei muitos anos para me dar conta do que realmente ocorreu naquele concurso.

Tocando neste assunto...

... recomendo a todos esta poesia. Trata do preconceito racial. Segue um blog que possui o texto na íntegra. Foi bacana ter encontrado ele navegando após tantos e tantos anos. Obrigado professora Zilmar!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Par ou ímpar?

É impressionamente como às vezes não nos damos conta de que mesmo nas atividades mais rotineiras existem maneiras mais inteligentes de executá-las. Um exemplo disso me veio a cabeça hoje, observando umas crianças decidindo por par-ou-ímpar quem faria alguma coisa que nenhum dos dois queriam fazer.

E então, par ou ímpar: qual você usualmente prefere? Se você disse par, e esta decisão é de caso pensado, parabéns! Você provavelmente já analisou sobre a matéria e também percebeu que par tem mais probabilidade de ocorrer jogando-se contra um adversário ingênuo.

Em verdade, esta conclusão segue de um raciocínio que assume três premissas em relação ao adversário, que são bastante razoáveis (julgue você mesmo). A primeira, é a de que o "inimigo" usará apenas os dedos de uma mão para indicar a sua parcela na contagem. Isto é razoável pois logo cedo todos concluimos que grandes quantidades de dedos não nos garante maiores chances de vitória e, pela lei do menor esforço, paramos de usar a outra mão ou mesmo os dedos dos pés. A segunda é a de que o adversário possui os 5 dedos na mão que usará no jogo, o que vale para a grande maioria dos nossos adversários. Finalmente, a terceira premissa é a de que o adversário não tem qualquer interesse específico por algum número, no sentido de que lança a quantidade de dedos que lhe vêm a cabeça naquele momento, sem premeditações. Se nunca pensou sobre a matemática do par-ou-ímpar, então você provalmente atende a este requisito.

Dito isso, segue o raciocínio. Da mão do nosso adversário, sabemos que podemos observar qualquer número de dedos entre 0 e 5, sem nenhuma preferência específica. No entanto, novamente pela lei do menor esforço, muito raramente as pessoas colocam o número três, dado que esta configuração de dedos exige o esforço do dedo polegar segurando o dedo mínimo. Portanto concluí-se que, com alta probabilidade, tal número esperado de dedos será 0, 1, 2, 4, ou 5. Se sempre usarmos 0 dedos, haverá portanto uma chance de 3/5 = 60% de que o resultado final será par.

O perigo desta estratégia é se o adversário souber que a estamos utilizamos. Neste caso, ele passa a ter 100% de chance de ganhar: bastar utilizar 1 dedo, ou qualquer outro número ímpar de dedos. Mas, se por outro lado, soubermos que o nosso adversário sabe que conhecemos e provavelmente utilizaremos tal estratégia, então podemos contra-atacar usando não um número par mas sim um número ímpar de dedos. Neste caso, ímpar com ímpar dá par, e ganhamos novamente, com 100% de chance. Contudo, se o adversário souber que sabemos que ele sabe que sabemos desta estratégia... e por aí vai.

Tocando neste assunto...

... no par-ou-ímpar específico que presenciei hoje e que me serviu de inspiração, o garoto que pediu ímpar ganhou. Conclusão: para quem é azarado, não há matemática que dê jeito.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Quer emagrecer? Pergunte-me como.

Uma vez entrei num elevador e, entre as outras pessoas que embarcavam junto, havia um sujeito com um broche branco redondo com a frase 'Quer emagrecer? Pergunte-me como.'. Enquanto o elevador subia, fiquei imaginando do que se tratava aquela propaganda. Aquilo começou a me deixar curioso, mesmo que na época o que eu justamente precisava era do objetivo oposto. Hoje em dia, a bem da verdade, o anúncio teria boas chances de me interessar não apenas pela curiosidade.

Calhou de nós dois sermos os últimos passageiros. Aproveitando a ocasião, não hesitei:

-- Como? - perguntei.

-- Sim? - respondeu o detentor do broche, meio surpreso pelo contato inesperado.

-- Como? - insisti.

Com uma indagação enorme na face, respondeu:

-- Desculpe, não entendi...

-- Quero saber como emagrecer.

Após alguns bons segundos nos quais ele devia estar imaginando se eu não passava de um maluco, a sua ficha finalmente caiu e ele me explicou de um shake de emagrecimento que ele representava.

Até hoje me pergunto como é que o cara saiu de casa com aquele broche e nem se lembrava disso.

Tocando neste assunto...

... faz tempo que não vejo propaganda destes produtos emagrecedores. Será que o marketing deles tem atuado fora dos canais de comunicação que costumo ter acesso ou será que quando as pessoas perguntam 'Como?' elas continuam não sendo entendidas?

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Dia de Shopping

Hoje (ou melhor, ontem, pois já passou da meia-noite), foi dia de shopping. Mais precisamente, foi dia de praça de alimentação, dado que as lojas só abririam mais tarde.

Dava dó de ver aquela mulherada passando nas vitrines, olhando os preços, achando lindos os vestidos, blusinhas, bolsas, sapatos, mas não podendo comprar. E era notável o sorriso satisfeito com que os maridos andavam ao lado. Nem estou insinuando que o sorriso era da impossibilidade de gastar com a mulher, pois a grande maioria delas trabalham e nem precisam deles. No meu caso, só de não ficar esperando no banquinho e tendo que responder para cada peça experimentada se gostou ou não, já poderia ser motivo para o sorriso (amor, brincadeirinha, foi só para exemplificar... :-))

Tocando neste assunto...

... encaro esta situação de ficar palpitando em como ficou a roupa uma roleta russa. Ai de você se você não gostar de uma que ela justamente gostou! Também não cola responder que ficou tudo ótimo, pois ela entenderá o comportamento como desinteresse, não como cautela. O jeito que encontrei foi decifrar o olhar que ela faz ao espelho vestindo a roupa, tentando identificar se ela gostou ou não. Uma vez reconhecido o caso, é só concordar. Se ainda não consegue ter esta percepção, pratique um pouco e logo ficará bom. No princípio, é tentativa e erro mesmo. Mas vale a pena.

domingo, 6 de junho de 2010

No Planetário

Estava na fila do pipoqueiro na saída do Planetário, ali na Gávea. A fila era longa. Atrás de mim, havia um casal com três crianças entre 5 e 10 anos. Sol na cabeça, fila que não andava, crianças se cutucando, pais ficando impacientes, já pensei: não vai acabar bem.

O primeiro a levar um beliscão foi o mais velho. Depois de reclamar o porquê de só ele ter sido o punido, a mãe explicou:

-- Você é o mais velho, deveria dar o exemplo.

Exemplo do quê? Ele tinha justamente ido reclamar com a mãe que os outros dois estavam cutucando ele. Será que ela temia ele se tornar um dedo-duro, daí a lição?

Depois foi a vez do mais novo. Não foi castigado nem pelo pai, nem pela mãe, mas pela natureza: caiu de boca no chão correndo atrás dos outros e ralou o queixo. Morri de pena, mas pelo menos deu uma sossegada. O lado bom é que se não ralasse o queixo naquele instante, pelo andar da carruagem, teria um traumatismo craniano mais tarde.

O do meio, perguntou ao pai:

-- Pai, qual pipoca tem sal, a doce ou a salgada?

O pai irritado respondeu:

-- Pipoca SAAALgada ou doce, qual tem sal?! A doce, óbvio!

O menino, mesmo não gostando da resposta do pai, retrucou que gostaria da doce. Quando veio a sua pipoca minutos mais tarde, ouvi ele reclamando que a pipoca doce não veio com sal como o pai havia anteriormente afirmado.

Quando finalmente consegui pegar minha pipoca, deixando a vez para a família em questão fazer seu pedido, ainda tive que ouvir um comentário do mais novo:

-- Nossa pai, veja só! O cara come 3 saquinhos de uma vez! Que fominha!

É que eu estava levando pipoca para outros que estavam comigo e esperavam na sombra. O garoto achou que eu fosse comê-las todas. Bem-feito pelo queixo ralado.

Tocando neste assunto...

... íncrível como existia apenas um pipoqueiro para atender a todos. Nenhuma outra opção de lanche havia (pelo menos naquele dia). Se não houvesse essa família atrás, tinha sido um tédio ficar na fila por vários minutos. Se tem alguém aí que lida com o negócio de lanchonete, sugiro abrir uma concorrência por lá.

sábado, 5 de junho de 2010

Agradável surpresa

Visitei a Vista Chinesa hoje (um ponto turístico aqui do Rio). Foi uma agradável surpresa! Agradável pela linda paisagem que se vê lá de cima. Surpresa por que estou no Rio há sete anos e nunca tinha ouvido ninguém falar que foi a Vista Chinesa. Nem carioca, nem turistas amigos.

Conclusão: nunca mais volto lá. Um lugar lindo, com uma vista panorâmica, com fácil acesso de carro, caminho privilegiado pelo ar puro da Floresta da Tijuca, perto do miolo do Jardim Botânico, sem cobranças de entradas, com estacionamento gratuito, sem muvuca de ambulantes, com viatura de polícia presente garantindo a segurança, e que ninguém vai ?!?! Só pode ter uma contraponto terrível que prefiro nem voltar lá para descobrir.

Tocando neste assunto...

... é incrível como havia um lugar como este perto de casa que nunca visitei. Amanhã olharei o Gua Rio para ver se garimpo mais alguma preciosidade... se tiverem sugestão, basta deixar um comentário.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Eco

Bem que eu havia notado que quando eu digitava, o blog fazia uma espécie de eco. De fato, descobri que estou sozinho aqui.

Explico-me: esta semana, lendo o ótimo guia de blogs que achei navegando, encontrei uma maneira de instalar um contador de acessos ao meu blog. O resultado é que constatei que hoje, por exemplo, o blog conseguiu apenas dois visitantes. Foram os meus dois acessos que fiz no dia.

Eu não queria fazer isso, mas aí vai:

1.Previsão Do Tempo
2.Ricky Martin
3.Israel
4.Simpsons
5.ENEM
6.Mariana Ximenes
7.Jessica Alba
8.Horóscopo
9.Beyoncé
10.Sabrina Sato

Estes foram os 10 assuntos mais buscados hoje no Yahoo, segundo as estatísticas informadas pelo buscador. Copiei para cá para ver se o blog ganha popularidade rápida. Apelei, eu sei...

Tocando neste assunto...

... sinceramente, esta lista top-10 do Yahoo me decepcionou. De pensar que alguns assuntos acima foram pesquisados por grande parte dos internautas, fico abismado! Nem a Copa já na esquina conseguiu entrar para a lista... Convenhamos.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Alô?

Ligação telefônica é o serviço que menos consumo. Mesmo assim, representa a conta que mais pesa no meu orçamento mensal. Para mim, ainda não está claro o porquê da telefonia ser tão mais cara que serviços como água, energia elétrica, gás,... Eu arriscaria portanto o palpite de que aqueles que constam na lista dos mais ricos do mundo devam ter relação direta ou indireta ao mundo da telefonia, pois deve ser um negócio bem rentável. Paradoxalmente, o único serviço que eu poderia continuar utilizando sem pagar nada é este. Com voz sobre IP e programas livres, pode-se efetuar chamadas internacionais sem custo. Mas não o faço. E não me pergunte o porquê.

Tocando neste assunto...

... no caminho de volta do almoço, o celular do um amigo tocou.

-- Alô? Alô?... AAAAlôoo? Alô?

Desligou. Ninguém respondera do outro lado da linha.

Por que será que insistimos no "alô" nesta situação? Eu duvido que após o sexto alô sem resposta haverá alguma da sétima em diante. Definitamente, existe algo de errado com as telecomunicações.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Homens e Mulheres

Mulheres são mais dedicadas aos estudos que os homens. Elas sabem explicar, se questionadas, exatamente o que é a Mecânica de Newton. Eles ficam perplexos com tal pergunta, por terem certeza que Newton era um famoso físico num tempo onde nem carro existia. Por outro lado, homens são mais observadores que as mulheres. Eles logo cedo se dão conta de que dois times de futebol precisam vestir uniformes bem diferentes para permitir ao juiz, aos expectadores e aos próprios jogadores uma rápida identificação de um membro do time. As mulheres acham que eles evitam uniformes parecidos pela mesma razão que em uma festa elas evitam vestir uma roupa parecida com a da sua amiga.

Por mais que os movimentos feministas briguem para afirmar que mulheres são equivalentes aos homens, isto nunca será verdade. Não significa contudo que as mulheres sejam 'menos' que os homens ou vice-versa. Simplesmente, homens e mulheres são muito diferentes, mesmo aqueles que são gêmeos univitelinos.

Tocando neste assunto...

... hoje um velho amigo de faculdade enviou uma mensagem para a lista de e-mails da turma dando a notícia de que será pai de uma menina. Depois de várias respostas masculinas, com conteúdos diversos, a primeira resposta feminina foi uma curta pergunta:

-- Ela já tem nome?!

Isto nunca partiria de um homem, podem acreditar.

domingo, 30 de maio de 2010

Orkut ou não Orkut: eis a questão

Eu já tive Orkut. Depois de um tempo, apaguei-o após ponderar sobre a questão: qual estava sendo o benefício?

De fato, ele conseguiu me colocar em dia sobre como andava a vida dos meus amigos e conhecidos, o que era legal. Sabia dos meus amigos onde iam nos feriados, quais as idades, os aniversários, se fumavam ou bebiam, as religiões, e até como classificavam o próprio humor (como se eu precisasse desta informação). Lia as mensagens deixadas por outros no Orkut dos meus amigos e efetuava muitas outras invasões concedidas de privacidade. Mas a que preço? Não raro, quando me dava conta, já tinha se passado uma hora navegando por aqui e por ali. Apesar da vontade de fuçar a vida alheia que existe em todos nós, no meu caso não compensou o investimento de tempo. E não acredito na tese de que eu é quem não sabia ser eficiente no uso do Orkut: muitas empresas, publicamente ou não, condenam o uso de Orkut durante o trabalho por este problema.

Tocando neste assunto...

... o Orkut nas empresas poderia ser tolerado mesmo considerando-se a perda de tempo que o seu uso acarreta. O problema não é o gasto do tempo de trabalho para vasculhar a vida dos outros. O problema é que ninguém consegue ser convincente ao afirmar que primariamente utiliza o Orkut para outro fim mais louvável. Se houvesse pelo menos alguma justificativa, alguma razão, para contar ao chefe quando o camarada fosse pego no flagra, ele seria o maior sucesso. O LinkedIn está aí para não me deixar mentir.

sábado, 29 de maio de 2010

Fazer o necessário

Depois de quase dois anos e meio de idas e vindas na metodologia de como educar a minha filha, acho que finalmente cheguei ao ponto de distinguir, com razoável precisão, onde termina uma preferência particular dela de onde começa uma boa pirraça. É uma linha tênue cuja identificação é importante. Com efeito, não queremos nem privar os filhos do atendimento de algumas vontades que lhes são peculiares, nem queremos ser vistos como lenientes. Toda a dificuldade reside em fazê-los entender que nem sempre o que eles querem é o melhor, ou o mais correto, a ser feito.

Tocando neste assunto...

... estava navegando pelos canais da TV, quando interessei-me por um especial sobre as obras de um arquiteto reconhecido mundialmente. No final do programa, finalizando uma estrevista, ele afirmou algo mais ou menos assim (não menciono o seu nome para evitar de colocar referência ao programa, dado que não a tenho, e de citar a frase dita tal qual, exatamente pelo mesmo motivo):

'-- Um bom arquiteto é aquele que faz arquitetura da maneira que acha que tem que ser feito, não aquela que esperam que ele faça.'

De alguma forma, isto me lembrou a educação da minha filha.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Sucesso!...................?

Estes dias eu estava lendo que uma certa marca de cigarros havia, em termos percentuais, crescido as suas vendas em algo como 7%. Segundo esta mesma reportagem, era tanto um motivo de alarme para a saúde pública, quanto um mérito da equipe executiva daquela determinada companhia.

O que não sei é se o repórter em questão havia se preocupado em olhar as estatísticas sobre o número de fumantes ao longo dos anos para chegar a esta conclusão. A minha impressão, e segundo uma reportagem do Globo.com (http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL95618-5598,00.html), o número de fumantes vem caindo. Portanto, o que esta empresa atingiu foi uma maior fatia do mercado entre aqueles que ainda fumam. De fato isto representa um mérito aos executivos, mas não chega a ser uma preocupação maior para a saúde pública (pelo menos, do ponto de vista lógico).

Certas informações deturpam muitas das vezes as verdades. Tocando neste assunto...

... googlando a expressão "tocando neste assunto blog", o meu blog aparece como 2º da lista de uma séria de cerca de 1.110.000 resultados. Sucesso absoluto, portanto? Não creio: o blog foi criado há menos de uma semana e só apareceu nos registros do Google hoje.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Bread Delivery

Hoje em dia existe delivery de tudo: remédio, itens de papelaria, água mineral em garrafa, figurinhas da Copa do Mundo de 2010, e praticamente tudo o que se possa imaginar de comestíveis, incluindo pizza, lanches, carne, bebidas, e por aí vai. O 'praticamente' é por conta de que, infelizmente, um dos serviços mais importantes de entrega ainda não existe: a entrega domiciliar de pão francês!

O pão francês é o ícone do café da manhã brasileiro. É o feijão-com-arroz do desjejum. Quem é que não gosta de um pão francês quentinho logo pela manhã, com bastante queijo, requeijão, margarina, manteiga, salsicha, presunto, ou muzzarela? Existem outras opções de recheio, mas tenho certeza que os acima já são suficientes para garantir 99% da população. Se ele é tão importante, e se sair cedo para comprá-lo é tão desagradável, por que o negócio de entregá-lo em domicílio ainda não é tão explorado?

Tocando neste assunto de inconveniência de comprar pão pela manhã...

... lembrei de um conhecido que estes dias estava exemplificando como uma mulher pode convencer o homem no diálogo, sem apelar para discussões ou indiretas. Eis o exemplo:

-- Rapaz, ontem, por exemplo, a minha mulher me acordou bem devagarzinho, chegou perto do ouvido e disse com a voz mais meiga do mundo: 'Amor, você compra um pãozinho para mim?!'. Não tive como resistir.

Ele nem precisou especificar se eram 05h45 da manhã, ou se a temperatura lá de fora era de 0ºC, ou se chovia torrencialmente, ou se ocorria isto tudo ao mesmo tempo. Para mim, e para todos os demais ouvintes, ficou claro o sacrifício.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Googando sobre Pinóquio, quem diria!

Hoje a minha filha custou a dormir. Eu já tinha contado duas longas estórias, cheias de encenação e tudo o que uma boa contação tem direito, quando ela finalmente aceitou que eu apagasse as luzes.

Na missão de fazê-la dormir, há três objetivos sucessivos, que culminam na vitória. Primeiro, é necessário que ela aceite, sem espernear, que a luz seja apagada, deixando acesa apenas a luz da luminária. Em seguida, entra-se na etapa na qual o resultado a ser alcançado é induzi-la a pedir Nescau. Após a mamadeira, já está quase lá. Só falta terminar a estória interrompida pelo pedido de Nescau e dar um beijo de boa-noite.

Já na etapa pós-Nescau, terminei a estória do Pinóquio, dizendo: "(...) e eles foram felizes para sempre!". Ao me aproximar para dar o beijo final, eis que surge a surpresa:

-- Papai, e a baleia?

-- Hein?

-- A baleia, faltou a baleia.

-- Boa-noite, filha...

-- Não papai, você esqueceu de contar a parte da baleia!

Realmente! Ela tinha razão! Lembrei-me de quando eu era criança, e tinha um disco de vinil com contos infantis, e em particular do trecho da narrativa onde Pinóquio e Gepeto se encontram dentro da barriga de uma baleia. O problema era que eu não sabia nem como eles haviam parado lá, nem como saíram.

Após mais alguma enrolação, ela dormiu. Desta vez ela comprou a desculpa de que a baleia estava de barriga cheia por ter engolido o Jonas. Mas é melhor eu googlar sobre o Pinóquio para não dar margem para contra-ataques na próxima.

Tocando neste assunto...

... e eu que pensei que ela ficasse o dia inteiro no parquinho do maternal. Estou ficando para trás, as professoras estão me deixando com cara de bobo! Da próxima vez, levarei o livro só por segurança.

domingo, 23 de maio de 2010

A transação foi processada com sucesso!

Estava hoje eu pagando uma conta pela Internet quando me dei conta de um aspecto de uma mensagem que constantemente é emitida por computadores: '(Alguma coisa) foi processado(a) com sucesso!' Vocês naturalmente já viram diversas notificações exatamente nesta forma ou numa equivalente.

Notaram a mensagem subliminar contida nesta expressão?

Está subentendido que os computadores normalmente falham. Isto não é grande novidade, acredito que todos concordam empiricamente com isto. Nesta expressão cunhada pelos programadores de computadores, encontra-se implicitamente a confissão, quase que um desabafo inconsciente, de que programar é realmente difícil.

De fato, se uma tarefa foi feita com sucesso, significa que ordinariamente o resultado de tal tarefa foi melhor daquele esperado. Afinal de contas, não é este o significado de sucesso? Sair-se acima da média numa daterminada atividade? Eu nunca vi ninguém dizendo por aí 'Abri a porta com sucesso e entrei em casa ensopado por causa da chuva'.

Talvez os defensores da computação não concordem com este ponto de vista. Respeito a discordância, desde que um pedido seja atendido: troquem tais mensagens para '(...) processado com o sucesso habitual'.

Tocando neste assunto...

... estes dias um amigo estava elogiando o seu celular, um destes de última geração que é mais fácil descrever o que falta do que aquilo que tem. O problema era que o aparelho, do nada, travava exigindo sua reinicialização. Espero que os marca-passos nunca tenham que ser programados.

Inauguração

Engraçado começar a primeira frase. Por onde começar? Se disser pelo começo, não vale...

O fato é que estava hoje eu, navegando pela Internet, sem novos e-mails a ler (exceptuando-se os spams é claro), quando cheguei aqui. Senti uma vontade irresistível de criar um blog e aqui estou eu (e você).

Espero que tenha gostado do título. Que fique apenas entre nós, não foi o primeiro que tive vontade de colocar. Mas foi aquele que consegui achar disponível para uso, juntamente com 'Xpto no espaço' e 'Casa do Chapéu Amarelo'. Preferi 'Tocando neste assunto'. Primeiro, por gostar mais deste do que dos outros dois. Depois, por preguiça de procurar outros disponíveis. Aliás, tocando neste assunto....

É incrivelmente incoveniente este negócio de registrar nomes únicos na Internet. Já não basta meu endereço de e-mail ser fabianoo@gmail.com por causa de um outro Fabiano mais rápido do que eu, como também eu tenho um outro e-mail fabsoliv@coisaetal pelo fato de fabiano@coisaetal já existir e de que, segundo as regras de criação do tal e-mail, o nome de usuário deveria ter no máximo 8 caracteres. Conclusão, 'fabsoliv' foi o máximo que a minha capacidade criativa com prazo de 15 segundos para trabalhar conseguiu realizar. No final, meu nome de usuário é quase uma senha.

Sempre me pergunto quando tento criar um novo cadastro on-line se algum outro Fabiano (que passa exatamente pelos mesmos problemas que eu), algum dia, decidiu aceitar a sugestão de usar o nome fabiano_23244_2010 que o sistema insiste em sugerir, simplesmente pelo fato de estar disponível. Quem aceita um nome destes, pode contar, é spammer! Acredito que algum dia um indivíduo chegará num cartório para registrar o filho e a conversa será mais ou menos assim:

-- Nome?
-- Meu ou o do bebê?
-- O seu o senhor já me informou, quero saber agora o do bebê. (Com o bebê recém-chegado, o pai está com a cabeça nas nuvens...)
-- Ah, claro. Será José da Silva!
-- Hmmm... este não pode... mas que tal José_da_Silva_RJ_213 ?

O mundo era perfeito

Quando eu era criança, eu achava que o mundo era perfeito. Não que eu tivesse nascido em berço de ouro, muito pelo contrário. E nem que eu t...